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No mês do índio, Toca da Raposa traz Índios do Xingu

Colaborando com a RAIZ

Programa Intercâmbio Cultural traz 50 índios da Nação Kuikuro, que integra o Parque do Xingu. Em um dia inteiro de atividades, visitantes conferem apresentações na aldeia cenográfica: cantos, danças, culinária e pintura dos indígenas

Índios Xingu São Paulo – 17/04/2017 – De 2 de abril a 21 de maio, a Toca da Raposa promove o Programa de Intercâmbio Cultural com 50 indígenas da Nação Kuikuro – umas das 16 etnias que integram o Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Crianças e adultos, dessa forma, podem se aproximar dos hábitos de índios, que mostram seus costumes por meio de apresentações de cantos, danças, rituais, alimentação, pinturas e artesanato. O programa acontece anualmente, desde 1995, no espaço Toca da Raposa, um parque que possui uma das coberturas florestais de maior biodiversidade do planeta e integra o Cinturão Verde, que circunda a capital de São Paulo.

De acordo com a educadora Regina Fonseca, o programa tem por objetivo promover o intercâmbio cultural entre os indígenas e o homem da cidade, além de contribuir com a geração de renda para a sustentabilidade da tribo Kuikuro. “O programa preserva e difunde a riqueza cultural dos índios, conscientiza as futuras gerações sobre a importância da manutenção da identidade brasileira e mostra a diversidade entre as culturas e a importância do respeito ao índio e as suas origens”, explica Regina.

No espaço, as peças de artesanato feitas pelos índios são vendidas em valores que vão de R$ 20,00 a R$ 1000,00. Itens como colares de caramujo, redes de buriti, esteiras, bancos, cerâmicas, brinquedos e outros estarão em um galpão preparado pelos próprios indígenas.

Durante a semana, o projeto recebe escolas (sendo que mais de 900 já foram atendidas pelo programa) e, aos finais de semana e feriados, o público em geral. “Por meio das experiências adquiridas com o contato e a interação com os indígenas e suas tradições, as crianças ampliam seus conhecimentos e se motivam, desenvolvendo o senso crítico, o que possibilita a abertura de discussões do tema além das salas de aula”, enfatiza a educadora. Durante a visita, não é permitido filmar, apenas fotografar. Para informações sobre valores individuais ou em grupos, é necessário ligar para os telefones 11-3813-8773 / 11-4681-2854 / 11-9-5050-0559, ou pelo email tocadaraposa@tocadaraposa.com.br. O site é www.tocadaraposa.com.br.

Mais atrações — Além desse enriquecimento cultural, os visitantes podem desfrutar de trilhas ecológicas em um fragmento de Mata Atlântica e de atividades como: parede de escalada, escorregador de farinha e arvorismo infantil.

Rica em biodiversidade, a Toca da Raposa em seus 380 mil m² abriga um criadouro de animais silvestres autorizado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Tucanos, corujas, veados, ouriços, jabutis, macacos, papagaios, raposas, entre outros, vivem no espaço.

Doações — Os visitantes que quiserem poderão contribuir com doações para a comunidade Kuikuro e outras etnias do Alto Xingu. “Produtos de higiene pessoal (sabonete, pasta e escova de dentes), fósforos, chinelos de dedo e materiais de pesca são itens importantes para doação”, explica a educadora.

 

Roteiro:
Pintura — Todas as pinturas representam elementos da natureza. Cada índio escolhe um animal como referência para usar como grafismo em sua pintura corporal. A pintura é usada em dias de festa como uma vestimenta e como uma forma de agradecimento aos espíritos da natureza. Em festas que duram mais de um dia eles usam o jenipapo (coloração preta) que dura em média 7 dias, assim não é necessário refazer a pintura todos os dias. A repórter poderá ser pintada por um indígena e conversar sobre as cores principais usadas na aldeia: o branco que vem de uma argila o vermelho que vem do urucum e o preto que vem do jenipapo.

Culinária — A base da alimentação dos índios Kuikuro é o peixe e o beiju feito de mandioca brava; diferente da nossa mandioca encontrada no mercado ela possui um forte sumo toxico para o nosso organismo que consumido em grande quantidade pode até matar. Por isso, existe um processo criado por eles para que a mandioca fique própria para o consumo. No dia, as índias poderão ensinar todo esse processo até o final, quando eles fazem grandes discos de beiju parecido com a nossa tapioca. Nesse dia também terá peixe temperado com uma sal tirado de uma folha específica da região do Xingu.

Danças e Rituais — Tudo no mundo dos Kuikuros gira em torno das danças e dos rituais, nesse momento é onde eles agradecem tudo que acontece na vida deles… Desde ritual de passagem a danças para agradecer os alimentos. É o momento onde as outras tribos se reúnem para festejar ou para chorar alguém que se foi. É o momento em que tudo para e todos se enfeitam e cantam para agradecer as coisas do mundo deles. A repórter poderá presenciar a dança do macaco, ritual do kuarup… e participar com eles também.

Uka Uka — Uka Uka é o esporte preferido dos jovens nas aldeias. Trata-se de uma luta parecido com o jiu-jitsu. Os lutadores treinam pesado desde criança na sua aldeia e sempre em grandes festas, onde as aldeias se encontram, um grupo de representante da cada etnia desafia uns aos outros. O ganhador é reconhecido e respeitado por todos no Xingu pode até ser um dia um grande. No dia na Toca da Raposa eles explicam as regras e apresentam a luta. As mulheres também praticam esse esporte. O repórter será desafiado, claro que eles entendem como uma brincadeira quando lutam fora da aldeia!

Artesanato — Os índios tem uma habilidade incrível para manusear cerâmica, madeira, sementes, folhas.. a partir deste material eles criam adornos, cocares, braçadeiras, colares, cintos, e brincos para usar em festas e rituais. E utensílios, arco e flecha, panela, bancos, esteiras, cestos, para usar no dia a dia na Aldeia. Seu artesanato é rico em detalhes imitando a perfeição da natureza. Cada peça é única e tem um valor inestimado. Todas as peças são pintadas e enfeitadas com grafismos dos animais e da mata. Se uma peça não é finalizada com detalhe e pintura ela não tem valor nenhum. Durante o período de abril e maio os indígenas montam na Toca da Raposa uma loja com todo a seu artesanato. No dia da entrevista, o índio que tem habilidade para fazer os utensílios pode explicar um pouco mais sobre algumas peças especiais como o colar de caramujo que é muito valioso para eles — tão valioso quanto o ouro para a gente — e o cinto de onça que só o Cacique e o lutador de Uka Uka pode usar.

 

Perfil dos índios, segundo o organizador:

“O perfil dos índios varia muito de faixa etária. Os jovens são muito parecidos, gostam de futebol, sabem lutar e gostam de pescar. Aqui no grupo tem o Hikatua que é campeão de uka uka mas não fala direito o português como a maioria deles.
Os mais velhos são parecidos também: fazem artesanato e cuidam da roça e também não falam bem o português.
As mulheres são muito tímidas e cuidam da culinária e do artesanato.
O chefe Jakalo está aqui este ano, talvez seja legal conversar com ele.
A Maria Vilas Noas (enfermeira que viveu no Xingu há 40 anos) esposa do Noel vilas pode estar aqui no dia para participar daentrevista. A Fátima conhece ela, inclusive já foi no programa.”

 

Serviço:
Toca da Raposa Centro de Lazer e Cultura
Endereço: Rodovia Régis Bittencourt, Km 323 – Bairro das Senhorinhas – Juquitiba/SP (a 60 Km da Capital)
Telefones – 11-3813-8773 – 11-4681-2854
Toca da Raposa: A Toca da Raposa foi fundada em 1995, por educadores, com o objetivo de levar lazer e cultura a todos que a visitam. Nossa missão visa oferecer um espaço para ações corporativas, educacionais e de lazer que em contato direto com a floresta, multipliquem os conhecimentos e o respeito necessário para a utilização consciente dos recursos naturais, que irão garantir a manutenção das espécies para as novas gerações.

 

(Fotos Divulgação)

Colaborando com a RAIZ