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Bastidores da Criação – Arte Aplicada ao Carnaval no Paço Imperial (RJ)

Colaborando com a RAIZ

O Centro Cultural Paço Imperial abre quatro exposições celebrando os 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan): Marcel Gautherot – Brasil: tradição, invenção; #bastidoresdacriação – arte aplicada ao Carnaval; Thomas Jeferson: Constelação Mídia; e, Monica Barki: Eu me Declaro. As exposições ficam abertas ao público até 20 de agosto, com entrada franca.

Conhecido mundialmente e expressão da cultura popular brasileira, o carnaval carioca que desfila na Marquês da Sapucaí envolve um trabalho da comunidade que vai desde a concepção do samba enredo à produção das peças que materializam a história contada na avenida. Todo esse processo transformado nos exuberantes desfiles será apresentado na exposição Bastidores da Criação – Arte Aplicada ao Carnaval, disponível ao público de 13 de junho a 20 de agosto, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro. O projeto idealizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é resultado de uma parceria com a Estação Primeira de Mangueira, que abordou este ano na Sapucaí o sincretismo da fé no Brasil, um dos elementos marcantes de uma nação construída a partir de sua miscigenação cultural.

A ideia de abordar essa herança nacional representada na crença popular partiu do carnavalesco Leandro Vieira, com o enredo Só com a Ajuda do Santo, e contou com o apoio do Iphan na pesquisa histórica, social, fotográfica e antropológica sobre o assunto, aproximando a escola de samba das comunidades tradicionais. O objetivo do projeto, uma das atividades em celebração aos 80 anos do Instituto, é apresentar o processo ancorado em uma das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro – o samba enredo – registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, em 2007.

O carnavalesco Leandro Vieira destaca que o sincretismo urdido de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas – seu catolicismo plural e festivo – representam uma criação relevante da cultura popular. “Ao lançarmos luz em rico e intrincado mosaico que caracteriza a religiosidade brasileira, encontramos marcas de diversidade e pluralidade que correspondem a contingências históricas e a conjunturas sociais e culturais das mais diversas origens”, completa.

 

 

Reunindo fotografias, rascunhos e figurinos originais desenvolvidos pelo artista, detalhes de alegorias, maquetes e miniaturas, a mostra lança luz nos bastidores artísticos que envolvem a produção conceitual e plástica do desfile de uma Escola de Samba. Com textos do carnavalesco da verde-e-rosa e do jornalista, figurinista e mestre em história da Arte, Felipe Ferreira (autor do livro O Marquês e o Jegue – Estudo da Fantasia para Escolas de Samba), a mostra traça um painel visual que lança luz nas minucias artísticas que envolvem a produção dos desfiles tendo o projeto desenvolvido por Leandro Vieira para o último carnaval da Mangueira como material de estudo.

“A mostra busca ilustrar para o público a existência de uma produção artística que nem sempre é difundida de forma eficiente. O desfile em si é muito conhecido, mas os bastidores não. A ideia é apresentar o alto nível artístico produzido para um espetáculo reconhecidamente brasileiro tão bem definido como a tal Ópera Popular” – diz o carnavalesco, e curador da Exposição. Em estilo making off, a equipe do Iphan produziu um vídeo mostrando os saberes do carnaval concebidos pelos operários do samba.

Serviço:

Exposição: Bastidores da Criação – Carnaval sem Máscara
Abertura
: 18h30, de 13 de junho de 2017
Período: 13 de junho a 20 de agosto
Local: Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48 – Centro
Rio de Janeiro – RJ

(Fotos Divulgação)

Colaborando com a RAIZ