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Exposição conta a história de Pernambuco

Colaborando com a RAIZ

A exposição de longa duração Pernambuco, território e patrimônio de um povo no MEPE promete contar a história de Pernambuco através de seu acervo iconográfico, e vai ocupar parte do piso térreo do Espaço Cícero Dias, anexo ao casarão-sede da instituição. “Quem for à exposição, vai se surpreender, pois criamos uma narrativa para ser apreciada, fazer conexões e reflexões”, destaca Lody.

Os eixos principais da mostra de longa duração são: Território, Arqueologia, Povos tradicionais, Açúcar, Xangô Pernambucano e Expressões Artísticas Contemporâneas; apoiados por vídeos com especialistas para aprofundar os temas abordados. Mostram Pernambuco desde os seus primórdios, na arqueologia, nos povos tradicionais, na vinda dos Europeus, o ciclo do açúcar e a cultura-afro, finalizando com o Patrimônio Cultural de todas as influências étnicos-culturais.

Os antropólogos Renato Athias e Raul Lody assinam a curadoria da mostra, que consumiu dois anos de pesquisa sobre as peças de várias das coleções angariadas pelo museu ao longo de seus 88 anos de existência. A cenografia ficou por conta do designer e artista visual Rinaldo Carvalho, tudo sobre a supervisão colaborativa de Margot Monteiro, gestora do MEPE.

 

Os primeiros ambientes da mostra se concentram na representação biológica e artística do território, inclusive com quadros de Telles Júnior, e nos vestígios deixados pelos povos originários, seja da época anterior à colonização portuguesa, seja de indígenas de tribos pernambucanas. São petróglifos – inscrições em pedra -, colares, cocares e outros objetos do dia-a-dia. “A ideia original da nossa curadoria era a de mostrar o Estado a partir do museu. Minha intenção era a de trazer itens presentes no cotidiano dos índios. Há materiais que não são necessariamente pernambucanos, são da Amazônia, mas são contemporâneos a eles”, afirma Renato, também professor da Universidade Federal de Pernambuco.

A partir do eixo “Açúcar”, podem ser vistos outros tesouros do acervo, como gravuras de Frans Post, o acervo afro-brasileiro do museu, expresso em “Xangô Pernambucano”, ex-votos em profusão e, por fim, a síntese de todas essas influências a partir de obras de arte feitas a partir do século 20 por variados artistas, desde Bajado e Mestre Vitalino até Gilvan Samico e Lula Cardoso Ayres. “A pegada da mostra é patrimonial. Nada é estanque na exposição. Também fizemos duas instalações, para dialogar com o contemporâneo e, ao mesmo tempo, fizemos uma ligação com o acervo que continua em exposição no casarão”, esclarece Raul Lody.

 

 

 

Sobre o MEPE

O Museu do Estado de Pernambuco – MEPE ocupa uma área de 9.043 m2, com amplo estacionamento e jardins ornamentados com esculturas e vasos de cerâmica portuguesa abrigando seu acervo de quatorze mil itens nas seguintes áreas: Arqueologia, Cultura Indígena, Presença Holandesa em Pernambuco, Arte Sacra, Cultura Afro-brasileira, Ex-votos, Iconografia, Mobiliário, Porcelana, Cristais e Pintura com telas de artistas como Cícero Dias, Telles Júnior, Francisco Brennand e Burle Marx.

O MEPE foi criado em 1929, em 1940 passa a ocupar um palacete do século 19, local onde está até hoje no Bairro das Graças em Recife.

Agregando novos usos, foi inaugurado em 2003, o Espaço Cícero Dias abriga no térreo, a exposição de longa duração e o auditório Joaquim Cardoso, onde são realizadas palestras, oficinas, debates e outros eventos ligados à cultura. O pavimento superior, além das galerias de exposições temporárias, abriga o Centro de Documentação Cícero Dias – biblioteca especializada em arte e história com mais de quatro mil volumes entre livros, catálogos e periódicos, alguns deles obras raras, como o livro de Gaspar Barlaeus, escrito em latim, que narra a história do governo de Maurício de Nassau em Pernambuco.

O Centro de Documentação Especializada em Arte, História, Antropologia e ciências correlatas e aberta ao público, a biblioteca conta com um acervo de cerca de 8.000 títulos, 2.100 catálogos de salões e de exposições individuais e coletivas de artistas plásticos; além de recortes de jornais, vídeos, documentos administrativos e impressos publicados pelo Museu do Estado de Pernambuco.

 

 

 

SERVIÇO
Pernambuco, território e patrimônio de um povo

Curadoria de Raul Lody e Renato Athias
Abertura: Quinta, 10 de agosto, às 19h30
Onde: Museu do Estado de Pernambuco – Avenida Rui Barbosa, 960, Graças
Visitação: Terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 14h às 17h
Ingresso: R$ 6 e R$ 3 (meia)
Informações: 3184-3174

 

(Fotos Divulgação MEPE por

 

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