XAMBÁ, comer com o Orixá

Colaborando com a RAIZ

Nas tradições religiosas de matriz africana, há um sentimento de fé que possibilita um permanente encontro entre o Orixá e a pessoa.

Este encontro se dá especialmente pela comida, a comida sagrada, a comida sacrificial, e dos cardápios que são servidos no dia a dia dos terreiros, ou dos cardápios cerimoniais que são servidos nas festas públicas.

Em Pernambuco, o Terreiro Xambá mostra no seu amplo calendário de festas, e de obrigações, as comidas e os oferecimentos rituais que fazem parte da singularidade desta tradição, que traz uma afirmação de história que convive com o Nagô dominante da região.

Comer no Xambá é experimentar uma cozinha de identidade e de semelhança com outras expressões de religiosidade africana em Pernambuco.

MOSTRA XAMBÁ, 90 ANOS!

O terreiro Ilê Axé Oyá Meguê da Nação Xambá

As memórias que chegam através dos muitos processos históricos, sociais e religiosos do continente africano, ganham diversas interpretações na construção da fé, da afirmação de identidade e do pertencimento a um modelo religioso.

Diz a tradição que o babalorixá Artur Rosendo Pereira trouxe de Alagoas, no ano de1920, o fundamento da Nação Xambá para Pernambuco, e assim realizou iniciações. Destaque para Maria das Dores da Silva, Maria Oyá, iniciada em 1927, e que em 1930 inaugurou seu terreiro Ilê Axé Oyá Meguê, o tão conhecido terreiro do portão do gelo, em Olinda.

E agora, em 2020, este terreiro Xambá celebra 90 anos, e continua a reafirmar o seu importante testemunho de religiosidade, de resistência cultural, e de preservação das suas bases africanas e afro-pernambucanas.

Assim, a exposição virtual de fotografais – Comer o Sagrado. O Terreiro Xambá de Pernambuco – é uma justa homenagem do fotógrafo Paulo Filizola, autor das fotografias desta exposição; da Revista Raiz, que realiza a produção e a edição; e de Raul Lody, para celebrar os 90 anos do Xambá de Pernambuco.

Raul LodyCurador


Paulo Filizola (fotógrafo) e Raul Lody (curador)

O fotógrafo Paulo Filizola

Começou a fotografar aos 17 anos quando pegou gosto pelo assunto em um curso de fotografia e Super 8 com o cineasta e fotógrafo Firmo Neto.

Desde 2000, iniciou um processo sistemático de registro das manifestações populares e tradicionais de matriz africana: afoxés, cocos, maracatus, cabocolinhos, terreiros de Xangô e de Jurema; além de outras expressões da arte regional.

A sua obra fotográfica se destaca pelo amplo acervo documental sobre o Xambá, Terreiro Ilê Axé Oyá Meguê. Este acervo reúne o mais significativo conjunto visual sobre esta tradição religiosa. Há quase duas décadas, ele vem fotografando todas as manifestações religiosas e profanas deste Terreiro, num verdadeiro trabalho memorialista.

A relação do fotógrafo com o sagrado do Xambá é profunda. Ele é iniciado para o orixá Oxum e nas tradições da Jurema. Também, realiza documentações fotográficas sobre o Grupo Bongar e o Centro Cultural Grupo Bongar, que está integrada a comunidade Xambá. Paulo Filizola, pelo seu amplo acervo reunido sobre o sagrado, pode-se dizer que é um dos maiores pesquisadores visuais das matrizes africanas de Pernambuco.


Fale com o Paulo em
https://www.facebook.com/romano.filizola


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