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Marujadas de São Benedito (PA) reconhecidas como Patrimônio Cultural

Colaborando com a RAIZ

As Marujadas de São Benedito no Pará foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil no dia quatro de setembro, durante a 105ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.

As Marujadas de São Benedito no Pará são celebrações religiosas que promovem a devoção, principalmente a São Benedito, na região bragantina (Augusto Corrêa, Bragança, Capanema, Primavera, Quatipuru e Tracuateua) e em Ananindeua, no Pará.

A marujada é tanto o corpo de associados (irmandade, associação ou grupo cultural) e o conjunto das pessoas que participam, devidamente caracterizadas, dos eventos religiosos e não-religiosos das festividades (chamados de marujos e marujas), quanto o nome usado para se referir à prática cultural formada por eventos religiosos, folguedos, comensalidades, vestimentas e danças típicas.

A celebração para São Benedito e/ou São Sebastião no Pará compreende um conjunto de rituais, cujo ápice ocorre entre dezembro e janeiro, e que busca homenagear os santos e possibilitar agradecimentos às graças recebidas.

Os rituais envolvem, de maneira individual e coletiva, pequenas atividades que caracterizam a celebração, como procissões, missas, levantamento e derrubada de mastros, almoços coletivos, leilões, danças – como roda, retumbão, chorado, mazurca, valsa, contradança, xote, arrasta-pé e bagre – e personagens que compõem a festa como capitoa, capitão, juiz, juíza, marujos e marujas.

O pedido de registro foi apresentado em 2011 pela Irmandade da Marujada de São Benedito de Bragança, organização de caráter educativo e cultural, fundada em 1798 por iniciativa de negros escravizados e libertos na então Vila de Bragança. As pesquisas que subsidiam o pedido de registro foram realizadas entre 2018 e 2022.

Em 2020, foram incluídas no processo de registro as marujadas de Capanema, Quatipuru, Augusto Corrêa, Tracuateua e Primavera – na chamada região bragantina – e de Ananindeua, localizada na região metropolitana de Belém. Em Capanema e Tracuateua, as marujadas promovem, também, o culto a São Sebastião.

Marujadas de São Benedito - Foto Cristino Martins/Iphan
Marujadas de São Benedito – Foto Cristino Martins/Iphan

Marujadas de São Benedito no Pará

A presença feminina é forte e presente, tanto nos rituais quanto, na organização das festividades, cabendo aos homens o papel de esmoladores, tocadores ou acompanhantes.

A origem da marujada é do final do século XVIII e início do XIX, associada à criação da Irmandade do Glorioso São Benedito de Bragança em 1798, por iniciativa de povos negros escravizados naquela localidade. Para celebrar São Benedito, eram realizadas rezas, tambores, danças, missas, ladainhas e folias que vieram a se caracterizar com o que se entende hoje por Marujada do Pará.

A Irmandade do Glorioso São Benedito de Bragança é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos e filiações partidárias, com sede na cidade de Bragança, nordeste do Estado do Pará, que promove ações culturais e auxilia na organização da Festividade de São Benedito.

Está sediada no Teatro e Museu da Marujada, no centro da cidade, tendo o seu atual presidente o senhor João Batista Pinheiro (vulgo, Careca). Em 03 de setembro 2024 a Irmandade completará 226 anos de existência.

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