2ª Mostra de Vídeos Indígenas da UFSCar
A programação da 2ª Mostra de Vídeos Indígenas da UFSCar está composta por links de acesso aos filmes que fazem parte desta edição da mostra e de debates com representantes das equipes de realização dos filmes. Este ano a Mostra também conta com 3 rodas de conversas:
1) Audiovisual Indígena e descolonização do conhecimento
2) A ausência de estudos sobre audiovisual indígena no currículo dos cursos de cinema e audiovisual
3) Epistemologias Indígenas e linguagem audiovisual
Toda a programação pode ser acessada e acompanhada pelo Facebook da Mostra (clique aqui).
PROGRAMAÇÃO
08 de dezembro, terça-feira, das 20h30 às 21h30
Debate sobre o filme Nuhãtê Jokana Pataxó Pataxi Imamakã (A Força da Mulher Pataxó da Aldeia Mãe) com a presença de representantes da equipe de realização do filme.
Nuhãtê Jokana Pataxó Pataxi Imamakã (A Força da Mulher Pataxó da Aldeia Mãe)
(Vanuzia Bonfim Vieira e Caamini Braz, Documentário, 72min., 12 anos, 2019)
Esse filme traz a realidade da força e lutas das mulheres Pataxó da Aldeia Mãe Barra Velha.
É feito nos espaços de luta diária social, cultural, política e territorial, trazendo a força dessas grandes guerreiras a partir de suas próprias histórias.
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=16BwFuijPAI
09 de dezembro, quarta-feira, das 11h às 12h30
Roda de Conversa “Audiovisual Indígena e a descolonização do conhecimento”
Este debate tem como proposta relacionar os processos de criações audiovisuais realizados por povos indígenas com propostas de descolonização do conhecimento, deslocando a centralidade pautada nas perspectivas europeias e se aproximando de outras miradas, possibilitando, assim, vislumbrar projetos que acenam para a construção de uma sociedade cada vez mais participativa e plural.
Participantes:
Graciela Guarani – pertencente à nação Guarani Kaiowá, Graciela é produtora cultural, comunicadora, cineasta, curadora de cinema e formadora em audiovisual. Uma das mulheres indígenas pioneiras em produções originais audiovisuais no cenário Brasileiro, tem um currículo que inclui direção e roteiro em 8 curtas metragens, uma série de vídeos cartas “Nhemongueta Cunha Mbaraete “ (IMS/RJ),codireção no longa My Blood is Red (Needs Must Film), formadora no Curso Mulheres Indígenas e Novas Mídias Sociais- da Invisibilidade ao acesso aos direitos pela @onumulheresbr e TJ/MS – MS 2019, Cineasta facilitadora na Oficina de Cinema – Ocupar a Tela: Mulheres, Terra e Movimento pelo IMS e Museu do Índio – RJ 2019, Convidada como debatedora da Mesa redonda Internacional de Mulheres na Mídia e no Cinema na 70a. Berlinale – Berlin International Film Festival 2020 @berlinale Djuena Tikuna – (Aldeia Umariaçu II, 1985) é uma cantora e primeira jornalista indígena formanda no Estado do Amazonas que fez história, em 2017, ao tornar-se a primeira indígena a protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas (Manaus), nos 121 anos de existência do local, onde lançou o álbum Tchautchiüãne. Realizou como produtora cultural a primeira Mostra de Música Indígena do seu Estado em 2018. Todas as suas composições estão em tikuna, nome do povo e da língua dos ameríndios que habitam a zona fronteiriça entre o Brasil, a Colômbia e o Peru.
Alberto Alvares – cineasta indígena da etnia Guarani Nhandewa, nascido na aldeia Porto Lindo, Mato Grosso do Sul, professor e tradutor de Guarani. Moro no Estado do Rio de Janeiro desde 2010, período que comecei a me dedicar ao audiovisual como realizador e formador. Fiz
a Graduação em Licenciatura Intercultural para Educadores Indígenas, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, e atualmente curso mestrado no Programa de Pós-Graduação em Cinema de Audiovisual na Universidade Federal Fluminense –
PPGCINE. Atuei como professor de audiovisual na formação de cineastas indígenas em Biguaçu, Santa Catarina (2013), em Paranhos Mato Grosso do Sul (2014) e no projeto da Série de TV ” Amanajé o Mensageiro do Futuro” (2016), projeto Inventar com a Diferença/UFF
(2017/2018). Em 2016 e 2017 participei de duas edições do encontro Mekukradjá promovido pelo Itaú Cultural (SP). Em 2018, ministrei oficina de fotografia no Instituto Moreira Salles (IMS). Em 2019, realizei o filme “O último sonho” (60 minutos) que foi exibido no encontro Mekukradjá, participei do festival Doclisboa , e da 21a BIENAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA SESC_VIDEOBRASIL.Em 2020, atuei como direção de fotografia do documentário longa metragem Mulheres Mbya: Território Jaraguá SP, e na direção e filmagem do documentário, curta metragem: Ayvu Ypy – Origem da Língua, na aldeia Rio Silveira SP, e ministrei o curso de formação de cineastas indígenas no projeto Lentes Guarani na aldeia Tekoa Ka’aguy Porã no Estado de Espírito Santo.
09 de dezembro, quarta-feira, das 20h às 21h
Debate sobre os filmes “Mãe de Deus”, “Prevenção” e “Povos Indígenas: prevenção contra a Covid 19” com a presença de representantes das equipes de realização dos filmes. Link para assistir ao debate: Facebook da Mostra Mãe de Deus (Bárbara Pankararu, Documentário, 7min., livre, 2020)
É um toante invocação ao feminino. E os filhos da Terra pede o afastamento da Covid-19 do Território Pankararu. Foi produzido no pico da pandemia e, portanto, foi um importante instrumento pra educação profilática para o Povo dentro do Território Indígena.
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=hp2JlFYLhZ4&t=27s
Povos Indígenas: prevenção contra a Covid-19 (Tingui Filmes, Documentário, 7min., livre, 2020)
Curta metragem que alerta os povos indígenas sobre os devidos cuidados que as comunidades indígenas devem tomar contra a Covid-19
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=t_v9oZAQ8dc&feature=youtu.be
Prevenção (Jadson Pankararu, Documentário, 7min., livre, 2020)
O vídeo fala sobre os hábitos da tradição tendo sido suspensos pela pandemia.
E o sentimento gerado pelo isolamento. Relata a discriminação e a prevenção contra a Covid-19
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=2ik281dedBM&t=66s
10 de dezembro, quinta-feira, das 11h às 12h30
Roda de Conversa “A ausência de estudos sobre audiovisual Indígena no currículo dos cursos de cinema e audiovisual”
Esta conversa tem como foco identificar as razões da ausência de estudos acerca do audiovisual indígena nos currículos dos cursos de cinema e audiovisual no Brasil e apontar meios para que seja possível a presença do audiovisual indígena no percurso formativo de futuros/as profissionais das áreas de comunicação.
Participantes:
Leandro Saraiva – professor e roteirista. Escreveu e dirigiu para séries de TV (Cidade de Deus, 9mm, Street Art, Na Batalha, Memória Ativa), e é co-roteirista dos longas (ambos em produção), A fúria (Ruy Guerra) e Nimuendajú (Tânia Anaya), e da série Os índios descobrem o Brasil (Vincent Carelli e Ailton Krenak– em captação). Fez pesquisa de personagens em Peões (Eduardo Coutinho), foi gerente de Conteúdos Colaborativos da TV Brasil, coordenador pedagógico do DOCTV, editor da revista Sinopse e editor de cultura da Retrato do Brasil. Além de artigos e capítulos de livros variados, é autor de Manual de Roteiro: ou Manuel, o Primo Pobre dos Manuais de Cinema e TV. É colaborador e conselheiro do Vídeo nas Aldeias, e professor do Curso de Imagem e Som da UFSCAR. Docente do curso de Imagem e Som da UFSCar.
Eduardo Bento Guajajara – do Povo Guajajara do Maranhão, organizador da 1ª e da 2ª Mostra de Vídeos Indígenas da UFSCar e estudante do curso de Imagem e Som.
Agenor – da Etnia Terena, cineasta, educador e pesquisador, egresso do curso de Imagem e Som.
10 de dezembro, quinta-feira, das 20h às 21h
Debate sobre o filme “Sobre câmeras, espíritos e ocupações” com a presença de representantes da equipe de realização do filme.
Sobre câmeras, espíritos e ocupações (Lucinho Tavares Kanamari, Markus Schall Enk, Shapu Mëo Matis, Documentário, 38min., livre, 2018)
Tríptico dividido em três curtas que, em meio a denúncias de vislumbres exóticos e situações opressivas, reflete sobre a produção de mídia indígena e na complementaridade deles – não necessariamente audível ou visível.
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=W2z5DD0qJ9A…
11 de dezembro, sexta-feira, das 11h às 12h30
Roda de Conversa “Epistemologias Indígenas e linguagem audiovisual”
Este debate propõe uma reflexão acerca de articulações possíveis entre epistemologias indígenas enraizadas nas mais diversas cosmovisões com possibilidades de inovações em termos de linguagens e narrativas audiovisuais.
Participantes:
Alexandre Pankararu – Produtor Cultural, comunicador social e cineasta, designer e programador, pertencente á nação Pankararu é Assessor de comunicação da APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo. Formador Audiovisual no projeto intitulado “ Vidas Pararelas Indígena” pela UNB – Universidade de Brasília ( de 2012 a 2014). Codireção, Câmera e Edição do curta “O rio tem dono” T.I Pankararu – PE (2012). Co- diretor do longa My Bloond is Red (Needs Must Film), Comunicador das Etapas Local e Regional do Baixo São Francisco, Nordeste I e Bahia Sul, da Conferência Nacional de Politicas Indigenista. (2015). Vídeo Maker do curso de formação em Politica Nacional de Gestão Territorial indígena, Nordeste Minas Gerais e Espirito Santo, realizado pelo PNUD, GATI, Funai e MMA. (2014 a 2015). Codireção, Câmera e Edição do curta “ Terra Nua” -2014 ( Bienal de Cinema Indígena “ Aldeia SP” -2016) Palestrante da Bienal de Cinema Indígena de São Paulo – Aldeia SP, com o curta Terra Nua. Codireção e Edição do curta “Mãos de Barros” T.I Pankararu –PE (2016). Cineasta monitor no projeto “ Cinema de Índio” 2018/2019.
Raquel Kubeo – atriz, bailarina, Licenciada em Pedagogia e mestranda em Educação (UFRGS) Natural de Manaus-AM, residente em Porto Alegre-RS, mulher indígena descendente das etnias Kubeo e Tukano, atua nos diversos espaços e instituições, consultoria.Colabora no Levante Indígena Urbano do RS e Rede Indígena Porto Alegre, projeto idealizado pelo Centro de Referência Afro-Indígena. Trabalha no projeto de Mídia/ Etnomídia e audiovisual
independente, a Patauá Produções.
Mediação: Myrian Pereira Vasques – etnia Tikuna, Comunidade indígena Filadélfia, município de Benjamin Constant- região do Alto Solimões Amazonas, Tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia. Poliglota (língua Tikuna, Português e espanhol). Atualmente estudante de engenharia agronômica no campus Lagoa do Sino -UFSCar. Faz parte da organização da 2a Mostra de Vídeos Indígenas da UFSCar. Decidiu seguir o caminho de abundância por AMOR a
natureza e humanidade. Trabalhou com o projeto de Soberania Alimentar e Meio Ambiente da Fundación Camino de Identidad – FUCAI, onde despertou mais força para proteger o meio ambiente e resgate das culturas tradicionais do seu povo. Realizou trabalho junto a seu povo Tikuna, no Brasil, Peru e Colômbia. (Resiliência e Resistência). Humana acima de tudo, buscando sempre a verdade e luta pela Paz e a JUSTIÇA para toda humanidade. Frase
preferida: eu sou, porque somos todos nós.
11 de dezembro, sexta-feira, das 15h30 às 16h30
Debate sobre os filmes Incomensuráveis: uma contra-encenação e Napinatõ Makiami ,ië Maramassá üg iõ kãbará (Nossa Senhora, a Maramassá e o Siri) com a presença de representantes das equipes de realização dos filmes.
Incomensuráveis: uma contra-encenação
(Nathalia Vieira da Silva e Flavie Renata da Silva Lima, Experimental, 7min. livre, 2020)
Ilha de Gohayó (São Vicente), 1536, durante a guerra de Iguape um casal planeja incendiar o cartório da cidade, narrada através da encantada Amary
Hurassy. Trechos de cartas da época relatam as mulheres-homens que existiam no lugar.
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=PXDq9MEcuIg&feature=youtu.be
Napinatõ Makiami ,ië Maramassá üg iõ kãbará (Nossa Senhora, a Maramassá e o Siri)
(Vislandes Bonfim Vieira e Kaique Pereira Karajá, Animação, 4min., livre, 2020)
Esse Vídeo é sobre a história da Maramassá, que recebe um castigo por responder a Nossa Senhora e o Siri recebe uma coroa como gratidão. Essa
história é uma referência que os pais usam para poder ensinar a seus filhos a respeitarem e obedecerem aos mais velhos.
Link para acessar o filme: https://www.youtube.com/watch?v=IHtdFSosFI&feature=youtu.be