O pandeiro em destaque no centro do Rio de Janeiro
“Pandeiros do Brasil: História, tradição, inovação” é uma reverência ao universo desse instrumento que é tão particular quanto tradicional na música brasileira.
O pandeiro é um dos instrumentos mais emblemáticos da música brasileira. E agora sua história, que atravessa séculos desde os colonizadores que trouxeram o instrumento para o país, está em exposição no centro carioca.
Contar as múltiplas facetas dessa jornada e aproximar o público do universo do pandeiro é a proposta da mostra “Pandeiros do Brasil: História, tradição, inovação” na Casa do Pandeiro, localizada próxima à estátua de Pixinguinha, na Travessa do Ouvidor, Centro do Rio de Janeiro.
Com curadoria da pandeirista e professora Clarice Magalhães e do pesquisador Eduardo Vidili, autor da tese “A vida social do pandeiro no Rio de Janeiro (1900-1939)”.
O público poderá explorar uma série de imagens, quatro obras de arte inéditas, incluindo uma escultura e uma instalação, um vídeo interativo e diversas variações do instrumento, que estarão disponíveis para experimentação, promovendo uma experiência interativa e sensorial.
Em cartaz na Casa do Pandeiro a exposição está estruturada em dois eixos, um artístico e outro sociológico, mostrando a rota do pandeiro desde os tempos ancestrais até o seu percurso em solo brasileiro.
Estima-se que a origem do pandeiro é milenar, o primeiro registro iconográfico do instrumento no mundo é uma pintura rupestre na Turquia datada de mais de cinco mil anos. Conferindo ao instrumento uma provável origem árabe.

O pandeiro ganha a Europa e chega ao Brasil trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses.
No Brasil, o instrumento foi adotado pelos escravizados e ficou entranhado nas manifestações culturais afro-brasileiras, sobretudo o samba, a capoeira e posteriormente pelo Choro.
Chegou a ser perseguido até a República Velha (1889 – 1930) por preconceito que o vinculava à vadiagem.
Vários músicos ganharam notoriedade em seus vínculos com o pandeiro como Jackson do Pandeiro. Ou como João da Baiana (1887 – 1974), Jorginho do Pandeiro (1930 – 2017), Pernambuco do Pandeiro (1924 – 2011), Bira Presidente (Cacique de Ramos e Grupo Fundo de Quintal) e Marcos Suzano, que também são lembrados pela exposição.
O local tem pequena biblioteca com títulos de referência sobre o tema.

SERVIÇO
“Pandeiros do Brasil: História, tradição, inovação”
Casa do Pandeiro
Travessa do Ouvidor 36, centro do Rio
Seg a Sex das 10h às 17h
Sábados de 10h às 14h ou conforme programação anunciada.
Instagram Casa do Pandeiro
Os braços do Barão do Pandeiro serviram de molde para a escultura que Natália Gerschcovich – Divulgação
Ritmista atualmente esquecido, Pernambuco do Pandeiro (1924 – 2011) – Divulgação