Exposição Pelé Love com fotos raras do rei do futebol
A MaPaFOTO (galeria especializada em fotografia vintage) abre nova exposição: “PELÉ LOVE”, com 21 imagens clicadas entre 1957 e 1970 ─ o release com todas as informações e texto crítico de Xico Sá.
A partir de 14 de agosto, a MaPaFOTO apresenta ‘PELÉ LOVE’, uma exposição com 21 fotografias raras e inéditas de Pelé, capturadas entre os anos de 1957 e 1970. Uma viagem ao tempo e uma celebração do legado do maior craque do futebol brasileiro e mundial.
As imagens vintages, originalmente adquiridas de acervos particulares, revistas de época e, especialmente vindas do extinto jornal Última Hora, representam uma verdadeira jóia não somente para os amantes do futebol e do esporte, mas também para colecionadores e entusiastas da história do jornalismo esportivo do Brasil e da fotografia brasileira. Nunca antes apresentadas ao público, a edição dessas cópias únicas tem um recorte estético, extra campo, com momentos marcantes da carreira do Rei no período de ouro do futebol nacional.
São cenas de jogos do Brasil contra a União Soviética, Tchecoslováquia, Alemanha, três dos principais rivais do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Também uma série de 4 fotografias com as marcações características das ‘radiofotos,’ que eram transmitidas por meio de ondas de rádio. Uma do Rei em visita ao Papa Paulo VI no Vaticano, a outra descansando em Guadalajara, México, após a conquista do tricampeonato. Além do ineditismo, chama a atenção o acesso irrestrito que os fotógrafos tinham aos craques nos campos e em momentos íntimos. Outras trazem interferências à caneta sobre as fotos, recurso usado para melhorar o contraste na hora da impressão.
“Naqueles anos os fotógrafos não assinavam as suas obras, são imagens sem identificação dos autores, craques das lentes que nunca saberemos quem são”, diz Fernando Costa Netto, que assina a edição da exposição.
Além de recordista em gols marcados, Pelé foi um atleta capaz de silenciar guerras e de driblar adversários com jogadas surpreendentes. Um dos maiores ídolos do Brasil e do mundo que, ao atingir seu milésimo gol, beijou a bola e pediu que o planeta olhasse pelas crianças. Na sua derradeira partida, ao se despedir dos campos pelo time do Cosmos, no Giant Stadium, em NY, Pelé proferiu um discurso memorável ao entoar a canção de John Lennon: “LOVE, LOVE, LOVE”.

Texto crítico por Xico Sá
Só a fotografia conseguiu parar Pelé. E cada uma das vezes em que foi capturado, por artistas célebres ou anônimos repórteres de beira de campo, aconteceu um milagre estético.
No caos de todas as informações e representações midiáticas, Pelé sempre conseguiu ser a IMAGEM. A figura que a retina, no lampejo, já gruda na memória – sem data de validade.
Só a fotografia conseguiu parar Pelé. E cada uma das vezes em que foi capturado, por artistas célebres ou anônimos repórteres de beira de campo, aconteceu um milagre estético.
No caos de todas as informações e representações midiáticas, Pelé sempre conseguiu ser a IMAGEM. A figura que a retina, no lampejo, já gruda na memória – sem data de validade.
Vale, no caso, a profecia do craque da pop art, Andy Warhol. Ao retratá-lo, em 1977, ele disse que a fama do rei do futebol não duraria 15 minutos (como previra para os humanos comuns), mas sim 15 séculos. No encontro em Nova York, o atleta estava no final da sua carreira, atuando pelo time do Cosmos.
Cada clique de um fotógrafo sobre o camisa 10, Warhol sabia disso, era um instante precioso na construção dessa ideia de eternidade.
O que a galeria MaPaFOTO apresenta na exposição PELÉ LOVE são 21 peças raras e fundamentais no mosaico da realeza. Com o luxuoso direito a obras do acervo da “Última Hora”, um clássico da imprensa brasileira.
Só a arte dos fotógrafos conseguiu parar Pelé. E foi graças a essa mágica, uma coisa longe do alcance até dos zagueiros fenomenais, que se fez a história.
As imagens reunidas nesta mostra sintetizam a biografia do jogador de futebol que se torna atleta do século, astro pop e uma autoridade internacional merecedora de atenção do papa Paulo VI e capaz de paralisar até um conflito armado, a Guerra de Biafra (1969), na África, para vê-lo em campo com o Santos – o maior clube de futebol do planeta naquele período.
PELÉ LOVE tem também o requinte de revelar dois tipos de intimidades: a de Edson Arantes do Nascimento – como em um flagrante de um cochilo – e a da própria imprensa, com as marcações gráficas sobre fotos, o que indica o corte para a publicação das imagens no jornal.
Estamos diante de um momento raro que enriquece, com novas peças de acervo, a mitologia em torno do Rei. Isso não é pouco.
A extraordinária contribuição à iconografia de Pelé ainda traz consigo um recorte especial da história do fotojornalismo brasileiro contada nas páginas da “Última Hora”.
Serviço
Mostra fotográfica “Pelé Love”
MaPaFOTO
De 14 de agosto a 21 de setembro
Das 13h às 18h
Rua Heitor Penteado, 220 loja 11, Sumarezinho, São Paulo