CanaisDestaquesIdentidadesVisuais

300 anos do maracatu rural em exposição no Museu Cais do Sertão em Recife

Colaborando com a RAIZ

O Museu Cais do Sertão, em Recife, inaugura exposição em homenagem aos 300 anos do maracatu rural, destacando sua importância cultural na mostra “De Cambinda ao Maracatu: Na Mata tem Brinquedo”, primeira exposição individual da fotógrafa Cláudia Dalla Nora.

Este evento é uma oportunidade para os visitantes conhecerem mais sobre essa manifestação cultural rica e suas raízes na história pernambucana. O maracatu de baque solto, também chamado de maracatu rural, nasce no século XVIII entre populações negras escravizadas e seus descendentes, no interior de Pernambuco. Essa manifestação mistura elementos africanos, indígenas e europeus num rito coletivo que permanece vivo como patrimônio cultural. Que tem no carnaval pernambucano o seu ponto alto de visibilidade.

A mostra “De Cambinda ao Maracatu: Na Mata tem Brinquedo” apresenta 41 fotografias que capturam a essência vibrante do maracatu, com imagens em cores e em preto e branco, acessíveis ao público até 12 de setembro.

O trabalho fotográfico foi realizado em diversos locais pelo interior pernambucano. Como nas cidades de Nazaré da Mata – Capital Estadual do Maracatu Rural, Tracunhaém e Buenos Aires, e revelam toda a força cultural que transforma a vida local em dança, música e poesia.

Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação
Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação

A exposição reúne fotografias inéditas, divididas com cores vibrantes e tons em preto e branco. Os registros mostram ensaios, cortejos e encontros comunitários. Entre elas, estão imagens do Encontro de Maracatus do Engenho Bringa, em Tracunhaém, considerado um dos principais espaços da tradição na Zona da Mata Norte.

Durante a visitação ao local os serão convidados a realizarem uma experiência imersiva. No espaço, que recebeu a curadoria da produtora cultural, Gisele Carvallo, será possível perceber as fotografias posicionadas de modo a flutuar em tecidos rústicos, como velas ao vento. Figurinos da agremiação, confeccionados à mão, e de forma artesanal, pelos próprios artesãos, brincantes e folgasões, revelam detalhes que carregam memórias de gerações. Versos de loas nas paredes marcam o compasso do ambiente, que pulsa como o toque dos chocalhos.

A exposição é ambientada com tecnologia sonora. As vozes de mestres e mestras também poderá ser contemplada pelas pessoas que vão passar por lá. A ideia é possibilitar que o público tenha a oportunidade de apreciar a sonoridade das poesias populares que dialogam com as imagens.

A exposição terá, ainda, a possibilidade de transmitir cheiros da vegetação canavieira, e que contribuem para cultura do maracatu, a exemplo de terra molhada e galhos de arruda, entre outras especiarias.

Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação
Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação

O Museu Cais do Sertão

O espaço é um empreendimento de economia criativa e está localizado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, vizinho ao Centro de Artesanato e ao Marco Zero do Recife. A área total é de 7.500m², e os investimentos advêm de recursos do Ministério da Cultura e do Governo de Pernambuco.

Serviço

O quê: “De Cambinda ao Maracatu: Na Mata tem Brinquedo”, de Cláudia Dalla Nora
Onde: Museu Cais do Sertão, em Recife (PE)
Quando: De 12 de agosto a 12 de setembro
Horários: De terça a sexta, das 10h às 16h; sábado e domingo, das 11h às 17h
Entrada: Gratuita

Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação
Foto: Cláudia Dalla Nora / Divulgação

Colaborando com a RAIZ