A resistência do povo Munduruku em quadrinhos
A luta do povo Munduruku contra os planos do governo brasileiro de construir mais de 40 hidrelétricas na Bacia do Tapajós já chegou até a ONU, no Fórum Permanente de Assuntos Indígenas da Organização das Nações Unidas, onde representantes dos Munduruku apresentaram seus questionamentos aos problemas enfrentados por eles nesse processo.
Os Mundurukus, que habitam as margens do rio Tapajós, podem ter sua sobrevivência comprometida pela construção da hidroelétricas que estão previstas para essa área. Chamam de “projetos de morte”, e contra as tentativas do governo de fragilizar a proteção ambiental na região e de abrir as florestas, das quais os povos e comunidades tradicionais do Tapajós dependem para sobreviver, para a exploração privada.
Órgãos ambientais do governo têm apresentado propostas de concessão das Florestas Nacionais (Flonas) de Itaituba I e II, contíguas à TI Sawre Muybu (terra dos Munduruku), à exploração de madeireiros. Além disso, preocupa os Munduruku a Medida Provisória (MP) 756/2016, que propõe a transformação de outra Flona da região, a do Jamanxim, que incide diretamente sobre a TI Sawre Muybu, em uma Área de Preservação Ambiental (APA). As APAs permitem a existência de propriedades privadas em seu interior, e como a TI Sawre Muybu ainda não está demarcada, fica aberta a possibilidade de que pessoas reivindiquem títulos sobre a terra indígena, aumentando a destruição da área e impedindo que os indígenas tenham acesso ao seu território.
Para dar visibilidade à essa causa indígena, a ONG Greenpeace publicou uma história em quadrinhos na quarta edição de sua revista, que reproduzimos abaixo em apoio à luta do povo Munduruku.