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Abdias Nascimento – Um herói da pátria e da coletividade negra

Colaborando com a RAIZ

Abdias Nascimento nos anos 1930 passou pela Frente Negra Brasileira. Nos 1940-50, criou e atuou no Teatro Experimental do Negro, no jornal Quilombo e na criação do Museu de Arte Negra. Nos anos 1980, fundou o Ipeafro – que dá continuidade à sua luta. Foi professor, artista e escritor com atuação internacional.

Em 2024, ano em que comemoramos os 110 anos de Abdias, esta experiência virtual mergulha de forma inovadora no multiverso abdiniano.

A exposição “Borboletas de Franca: Vida e Obra de Abdias Nascimento” foi lançada em 2021 para comemorar os 10 anos da cerimônia de deposição das cinzas de Abdias Nascimento. Esta exposição virtual, que inclui exibições em realidade aumentada, foi repaginada em 2024, oferecendo uma nova experiência aos visitantes. A exposição totalmente virtual e com exibições em Realidade Aumentada

Abdias Nascimento cresceu em Franca, interior do Estado de São Paulo. Na escola, ele tinha um colega chamado Felisbino, órfão de pai e mãe.
Um dia, Felisbino estava sendo espancado por uma vizinha. Essa vizinha era branca. Aquilo revoltou tanto a mãe de Abdias, Dona Josina, que ela saiu da sua condição de pessoa pacífica e pacata para defender Felisbino. Contagiado por sua mãe, Abdias fez o mesmo em defesa de seu amigo de infância. Essa experiência foi uma lição de solidariedade racial que o acompanhou pelo resto da vida.

Abdias Nascimento, um importante ativista e artista afro-brasileiro, criou a obra “Borboletas de Franca” em 1973, enquanto estava nos Estados Unidos. A pintura reflete as memórias de sua infância em Franca, interior de São Paulo, e incorpora a leveza e as cores das borboletas que ele lembrava.

Borboletas de Franca: Vida e Obra de Abdias Nascimento
Borboletas de Franca: Vida e Obra de Abdias Nascimento

Borboletas de Franca
Era 1973 quando Abdias Nascimento deu vida às suas Borboletas de Franca.
Ele estava nos EUA, a sete mil quilômetros de sua cidade natal, Franca, interior de São Paulo.
Para dar vida à obra, ele lembrava as borboletas de sua infância, cujos movimentos e cores descortinavam a memória.
A sua pintura carrega infinitas possibilidades de leitura a partir da borboleta.
Ela incorpora a leveza e as cores da natureza, “brinquedo mais encantador, mais saudável, mais inteligente e mais pedagógico” da vida do ser humano, nas palavras do poeta Éle Semog, que escreveu a quatro mãos, com Abdias, a biografia publicada pela Pallas Editora em 2006.

Borboletas de Franca: Vida e Obra de Abdias Nascimento
Borboletas de Franca: Vida e Obra de Abdias Nascimento

Tela Léa Garcia: Oxunmaré
Léa Garcia é uma das figuras mais importantes na trajetória de Abdias Nascimento. Mãe de seus filhos Henrique e Bida, ela é uma diva brasileira.
Formada no Teatro Experimental do Negro (TEN), Léa Garcia tem uma trajetória de sucesso em teatro, cinema e televisão.
Em 1969, primeiro ano em que estava no exílio, Abdias cria uma tela para Léa Garcia. Ele homenageia a atriz com as cores de Oxunmaré, que “resume a alegria colorida e vital de nossa raça, expandindo sua natureza lúdica”.

Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez
Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez

Griot e Guerreiro, por Lélia Gonzalez
“A poesia de Abdias Nascimento tem muito a ver com sua pintura (…) A força metafórica de seus versos, a força colorida das formas de seus quadros, a força dramática de suas peças, ele não buscou nas escolas ocidentais especializadas “em fazer artistas”, mas nesse campo cultural alternativo, repito, reelaborado e recriado pelo povo preto em nosso país”.

Texto escrito em 1984 pela educadora Lélia Gonzalez, publicado no livro Axés do sangue e da esperança (orikis).

Abdias Nascimento e Paulo Freire
Abdias Nascimento e Paulo Freire

Texto escrito em 1984 pela educadora Lélia Gon
“De nome, naturalmente, fazia tempo, um bom tempo, que conhecia Abdias do Nascimento, quando, certo dia, nos encontramos pela primeira vez em Nova York. Estivemos juntos por horas em torno de nosso exílio, das nossas esperanças, dos nossos projetos.”

Texto escrito em 1981 pelo educador Paulo Freire, publicado no livro Axés do sangue e da esperança (orikis).

SERVIÇO:

Saiba mais em:
https://man.ipeafro.org.br/exposicao-2021/

Museu de Arte Negra (MAN)

O Museu de Arte Negra (MAN) foi criado em 1950 pelo Teatro Experimental do Negro, liderado por Abdias Nascimento, para combater o racismo estético e institucional.
Em 1968, realizou sua primeira exposição no Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro, mas foi interrompido pelo exílio de Abdias devido ao AI-5.
Em 1981, Abdias e Elisa Larkin Nascimento fundaram o IPEAFRO para preservar o acervo do museu.
Em 2021, o IPEAFRO lançou o MAN-Virtual e a coleção teve uma retrospectiva no Instituto Inhotim, que durou até 2024.

A coleção do Museu de Arte Negra-Ipeafro inclui pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, esculturas e outras peças a partir de 1950 até os dias atuais. A coleção conta com dezenas de artistas nacionais e internacionais e cerca de 800 itens museológicos, com obras de arte de destacados artistas nacionais e internacionais. Entre estes, Abdias Nascimento, Cleo Novarro, Anna Bella Geiger, José Heitor, Sebastião Januário, Octávio Araújo, Ana Letycia, Ivan Serpa, Dayse Gomis, Marcel Diogo, Alex Frechette entre outros.

Museu de Arte Negra (MAN)
Museu de Arte Negra (MAN)

Colaborando com a RAIZ