Feira de São Joaquim; onde Salvador se mistura com Salvador
Exposição fotográfica de Jorge Sabino e curadoria de Raul Lody.
Aberta em novembro de 2023 até de novembro 2024 a exposição Feira de São Joaquim com fotografias de Jorge Sabino fazem parte de uma ampla pesquisa fotoetnográfica sobre esta feira, que é uma grande síntese da multiculturalidade que identifica a cidade do São Salvador.
Uma exposição que valoriza um olhar sobre os patrimônios culturais nas suas muitas expressões e comportamentos, seja na escolha dos ingredientes, do artesanato culinário; dos objetos de proteção como os ferros com os símbolos dos orixás; a estética na organização dos produtos. Assim é a feira, plural. Ela atende a boca, ao corpo e ao espírito.
Ainda, há uma ênfase nos muitos objetos de matriz africana: tecidos, frutos, folhas, adornos corporais; e isso mostra um grande retrato da cultura afrodispórica na Bahia.
São fotos ampliadas e um audiovisual, fazendo com que o visitante possa viajar em cada imagem e assim viver esta feira, um expressivo território da vida da Bahia.
Esta exposição reúne um trabalho de campo de mais de 10 anos, com diversas imersões na multiplicidade de produtos e populações que fazem parte da identidade da feira de São Joaquim.
Texto curatorial
A feira é um lugar privilegiado para as relações sociais. Um lugar para se viver uma cidade, uma região.
Pode-se afirmar que a feira é um verdadeiro umbigo de uma cidade; é um lugar de descobertas, de comércio, de consumo. Um território simbólico das histórias e das memórias
A feira consagra-se como um lugar de encontros, de conversas, de celebrações. A feira ouve e espalha a notícia pelo mundo.
Nesse lugar de interação entre o comerciante o seu produto e o consumidor ampliam-se as redes de sociabilidades, e se forma uma comunicação lúdica entre eles.
As memórias moram nas feiras. E assim, os seus espaços revelam as marcas de usos, de sentimentos, de energias que ampliam o sentido da vida.
O fotógrafo Jorge Sabino
Jorge Sabino, formado em Artes Gráficas com especialização em fotografia. A partir de pesquisas de campo, com foco na etnografia dos alimentos e na antropologia da alimentação, viaja pelo Brasil, América do Sul, África, Europa, e Ásia Menor; tendo reunido cerca de 160 mil imagens no seu acervo, que também mostram populações e contextos culturais. Autor das fotografias dos seguintes livros: Dicionário do artesanato brasileiro (IBEP); A virtude da gula (Senac-SP); Comer com os olhos (CEPE) E-books doce ou salgado; A estética do sabor (Nova Raiz); Comida & identidade (Senac-PE); Kitutu (Senac-SP); Pimenta (IBEP); e capa do livro Águas de comer (Senac-SP). Realizou pesquisas em etnoalimentação para os livros Brasil bom de boca; Doce Pernambuco. Realizou uma documentação fotoetnográfica sobre a Feira de São Joaquim no período de 2007 a 2019.
Ficha técnica
Design visual: Azeviche
Serviço:
Galeria Nelson Dahia – Art food
(Espaço integrado ao Museu da Gastronomia Baiana)
Largo do Pelourinho.