Carolina Maria de Jesus homenageada por artistas negras

“Carolinas”: exposição reúne artistas negras em homenagem à Carolina Maria de Jesus na CAIXA Cultural São Paulo.

A exposição celebra o legado da escritora para a arte e cultura, influenciando as novas gerações de artistas. Visitação gratuita entre 14 de março, aniversário de Carolina, e 18 de maio.

Em sincronia com o aniversário de Carolina Maria de Jesus, uma das maiores escritoras, compositoras e poetisas do Brasil, a CAIXA Cultural São Paulo, com realização da Via Press, apresenta a exposição “Carolinas”.

Com inauguração marcada para 14 de março, dia em que Carolina completaria 111 anos, a exposição reúne 11 artistas negras contemporâneas, de diversas linguagens artísticas. A mostra busca destacar o legado de Carolina Maria de Jesus nas novas gerações e reforçar o impacto de sua multifacetada produção artístico-literária para a arte e cultura brasileira. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 8h às 19h.

A exposição conta com obras de múltiplas técnicas e elementos, como pinturas, esculturas, bordados, entre outros, reunindo as artistas: Ana Paula Sirino, Antonia Maria, Bianca Foratori, Chris Tigra, Gugie Cavalcanti, Isa Silva, Mayara Amaral, Negana, NeneSurreal, Siwaju e Soberana Ziza. Reunidas, essas artistas apresentam obras que permeiam o universo de Carolina e/ou trazem referências em suas cores e simbologias.

A curadoria é assinada por Thais De Menezes e Vera Nunes. Thais é curadora e pesquisadora, tendo realizado diversas exposições nacionais e internacionais na cena de arte, cultura e educação; já Vera Nunes é uma das principais mulheres na liderança de projetos artísticos de grande escala no país e pesquisadora em arte pública, gênero, raça e interseccionalidades. A exposição é uma realização da Via Press Comunicação e patrocínio da CAIXA e Governo Federal.

“A vida e obra de Carolina permitem vislumbrar análises profundas da sociedade brasileira, bem como críticas à condição da negritude no país, construídas a partir de sua própria travessia por cidades, bairros, becos e vielas. Seu percurso é marcado pelo enfrentamento da precarização e pela luta diária contra a fome – um tormento que ainda ecoa em grande parte da população. “O que colocarei na mesa esta noite?” foi uma pergunta que a acompanhou ao longo da vida”, destacam as curadoras, que completam: “Mas foi sobre essa mesma mesa que escreveu madrugadas inteiras, transformando em literatura suas vivências, indagações e, ao mesmo tempo, sua inabalável esperança”

Com esse contexto, a exposição tem o intuito de celebrar a vida, o brilhantismo e a audácia de Carolina Maria de Jesus, que vibra e ressoa para novas artistas mulheres negras, periféricas, mães-solo, entre outras.

Sucesso na Bahia e em Fortaleza

Antes de chegar em São Paulo, terra natal de Carolina, a exposição passou por Salvador (BA), Feira de Santana (BA), e Fortaleza (CE). Em ambos os endereços, reuniu obras de artistas locais, de diversas linguagens artísticas, oferecendo uma experiência diferenciada sob o mesmo mote de homenagem ao legado da escritora.

Sobre Carolina Maria de Jesus

Nascida em 14 de março de 1914, em Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus foi uma mulher extraordinária cuja vida e obra reverberam até os dias de hoje. Apesar de ter tido apenas dois anos de estudo formal, encontrou na escrita uma ferramenta para dar voz às suas experiências como mulher negra e cartografar a realidade social do Brasil.

As obras de Carolina de Jesus já foram lançadas em 46 países e traduzidas para 16 idiomas. Ela deixou mais de 5 mil páginas escritas, entre romances, poemas e canções. O livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, lançado em 1960, é a obra mais famosa da escritora. Entre 1977 e 2018, após a sua morte, foram publicadas mais cinco obras: Diário de Bitita (1982), Meu Estranho Diário (1996), Antologia Pessoal (1996), Onde estaes Felicidade? (1977) e Meu sonho é escrever (2018).

SERVIÇO

CAROLINAS
Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP
Abertura: 14 de março (sexta), às 11h
Visitação: 14 de março a 18 de maio de 2025
Horário: de terça a domingo, das 8h às 19h
Classificação: Livre
Entrada Franca
Acesso a pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal