Reinados, Congados e Congadas é registrado como Patrimônio Cultural do Brasil
Fé, devoção e ancestralidade são os elementos de mais um importante bem cultural registrado no Livro dos Saberes.
A partir do dia 17 de junho de 2025 foi aprovado, por unanimidade, o registro do bem Saberes do Rosário: Reinados, Congados e Congadas, durante o primeiro dia da 109ª reunião do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os Saberes do Rosário são um conjunto de práticas culturais, espirituais e sociais que envolvem a devoção à Nossa Senhora do Rosário e a outros santos como São Benedito e Santa Efigênia. Eles incluem a realização de rituais como coroações de reis e rainhas congos, cortejos, danças, cantos, rezas e celebrações comunitárias.
Essas práticas estão presentes em mais de 330 municípios no Brasil, compondo uma das expressões mais profundas da cultura afro-brasileira e da fé popular no país.
“Depois de 17 anos de espera teremos o registro desse bem, representado por diversos grupos, mestres e mestras, lideranças e comunidades, nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, e que representa nossa ancestralidade africana, mantendo vivas as tradições, nos conectando com nossas origens” celebrou o presidente do Instituto, Leandro Grass. O processo de registro contou com a relatoria da conselheira, historiadora, mestra (detentora) e líder na Comunidade Jongo Dito Ribeiro em Campinas (SP), Alessandra Ribeiro Martins.
O mais novo patrimônio cultural brasileiro consiste em um conjunto diversificado de saberes da ancestralidade afro-brasileira que são atualizados por meio da devoção ao Rosário. “Para mestres e mestras dessas tradições, seus saberes constroem comunidades fortalecidas culturalmente por um modo de vida ancestralizado que, desde as práticas cotidianas aos ritos celebrativos, expressa as habilidades dos povos negros para a resistência cultural, a negociação e, especialmente, para a produção de comunidades afetivas e identidades culturais poderosas: que resistiram, no passado, às violências da escravização e, na atualidade, às violações de direitos perpetradas pelo racismo estrutural e seus desdobramentos”, afirmou Alessandra.
Essas tradições atravessaram mais de 300 anos de história, chegando ao século 21 com transformações e ressignificações, mas sempre mantendo uma identidade fundamental: a ancestralidade de matriz africana com canto, ritmo e dança.
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