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Cinema no Festival Artes Vertentes leva o cinema a cidades históricas mineiras

Colaborando com a RAIZ

Entre os dias 11 e 21 de setembro, as cidades mineiras de Tiradentes, São João del Rei e Bichinho (Vitoriano Veloso) recebem a 14ª edição do Festival Artes Vertentes, que neste ano apresenta uma programação de cinema cuidadosamente curada para dialogar com as múltiplas vertentes artísticas do evento, como literatura, música, artes cênicas e artes visuais.

Ao trazer filmes que transitam entre temas como memória, ancestralidade, identidade e resistência, a seleção audiovisual do Festival cria pontes entre passado e presente, conectando experiências individuais e coletivas a partir de diferentes territórios e cosmologias.

Cinema e Ciclo de Ideias: um diálogo expandido

A programação audiovisual promove experiências imersivas, em que exibições e debates se complementam. Um dos destaques será no domingo 14 de setembro, com a exibição do documentário A rainha Nzinga chegou (direção de Júnia Torres e Isabel Casimira) na Casa Museu Padre Toledo, seguida da mesa do Ciclo de Ideias “Saberes de África que ecoam, reverberam, vivos, bem aqui”, no Centro Cultural Yves Alves.

O encontro reunirá Mestre Prego, capitão do Congado Nossa Senhora do Rosário e Escrava Anastácia (Tiradentes), e Isabel Casimira (Belinha), Rainha Conga de Minas Gerais, com mediação de Patrick Arley. A conversa reforça o compromisso do festival com a valorização de saberes ancestrais, memórias simbólicas e práticas culturais vivas que ligam Minas Gerais à África.

Destaques da programação de cinema

Entre os filmes selecionados, títulos contemporâneos e clássicos trazem olhares plurais sobre identidade, diáspora, fé, luta política e resistência cultural.

A programação inclui também obras emblemáticas, como A negra de… (Ousmane Sembène, Senegal/França, 1966), um marco do cinema africano; o premiado Yaaba (Idrissa Ouédraogo, Burkina Faso, 1989), clássico do realismo africano; e o documentário Frantz Fanon – Pele Negra, Máscara Branca (Isaac Julien, Reino Unido, 1995), que explora a vida e o pensamento do revolucionário pensador martinicano cujo centenário de nascimento se celebra este ano.

O Festival Artes Vertentes é apresentado pela Cemig e tem patrocínios do Itaú e Minasmáquinas por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado de Minas Gerais.

Programação completa de Cinema

Conheça a programação de Cinema do Festival Artes Vertentes 2025
(Grade sujeita a alterações, atualizada em 29/08)

SEXTA-FEIRA · 12/9
18h · CCYA – Sementes: Mulheres Pretas no Poder | Brasil | 2020 | Documentário | 100 min. | Falado em português | Direção: Éthel Oliveira e Julia Mariano | Classificação indicativa: 12 anos | Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta.

DOMINGO · 14/9
15h · Casa Museu Padre Toledo – A rainha Nzinga chegou | Brasil | 2019 | Documentário |74 min. | Falado em português | Direção: Júnia Torres | Classificação indicativa: 10 anos | Antigos reinos, com suas coroas, séquitos e guardas, seus cosmos singulares, (re)existem hoje nas terras alhures das Minas Gerais. Três gerações de rainhas e uma travessia de volta, em visita aos domínios da mítica rainha Nzinga, e às terras dos reis do Congo, Angola, pelos descendentes da eterna Rainha da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio, Isabel Casimira, presença central deste filme.

SEGUNDA-FEIRA · 15/9
20h · Casa Museu Padre Toledo – Frantz Fanon – Pele Negra, Máscara Branca |Reino Unido | 1995 | Documentário/ Drama biográfico | 73 min. | Direção: Isaac Julien | Classificação indicativa: 12 anos | O filme a vida e a obra de um dos mais importantes nomes do pensamento do século XX e cujas ideias influenciaram diversos movimentos de libertação no continente africano. Formado em psiquiatria, o revolucionário martinicano é um nome incontornável nos estudos anticoloniais e de raça. Reconstruindo sua trajetória a partir de encenações e imagens de arquivo, o documentário de Isaac Julien conta ainda com entrevistas com Stuart Hall, Françoise Vergès e Homi K Bhabha.

TERÇA-FEIRA · 16/9
15h · Centro Cultural Yves Alves – Kiriku e a Feiticeira|França | 1998 | Animação | 74 min. | Direção: Michel Ocelot | Classificação indicativa: livre | Uma história que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia sobre uma comunidade subjugada por uma terrível feiticeira. Kiriku, um menino que nasceu para lutar e combater o mal, enfrenta o poder da Karabá, a feiticeira maldosa e seus guardiões. Kiriku aprende em sua luta que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância, aliados à inteligência, são capazes de vencer a dor e as diferenças.

QUARTA-FEIRA · 17/9
20h30 · Museu Casa Padre Toledo – Yaaba | Burkina Faso, Suíça, França e Alemanha | 1989 | 90 min. | Drama | Falado em moré, legendas em português | Direção: Idrissa Ouédraogo | Classificação indicativa: 10 anos | Em uma pequena aldeia em Burkina Faso, Bila, um menino de dez anos, faz amizade com uma idosa chamada Sana, a quem todos chamam de “Bruxa”, e que é ritualmente culpada por qualquer desastre que aconteça na comunidade. Mas o próprio garoto a chama de Yaaba, que significa “avó”, um termo carinhoso que Sana nunca tinha ouvido. Quando Nopoko, prima do garoto, fica doente, Bila recorre a Sana para que ela faça um remédio para salvar a menina. Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 1989.

QUINTA-FEIRA · 18/9
19h · Casa Museu Padre Toledo – Bonnarien | França | 2023 | Ficção | 20 min. | Direção: Adiel Goliot | Classificação indicativa: 12 anos – Mauricette Bonnarien trabalha como estivadora no porto de Dégrad des Cannes, na Guiana Francesa. No resto do tempo, ela é slammer. Muito complexada com seu sobrenome, imposto a seus antepassados durante a abolição da escravidão, ela luta para concluir um processo de mudança de nome. É hora de fazer com que seu novo sobrenome seja ouvido por aqueles ao seu redor.

SEXTA-FEIRA · 19/9
15h · CCYA – A capela |República do Congo | 1980 | Ficção | 84 min. | Legendado em português | Direção: Jean-Michel Tchissoukou | Classificação indicativa: 12 anos – Durante a década de 1930, em uma vila localizada a vários quilômetros de qualquer posto administrativo, homens ligados às tradições ancestrais não têm outra ambição além de viver em paz. Uma missão evangélica instala uma escola e pede à população que construa uma capela. As obras demoram, o que exaspera o padre, que conta com o sacristão e o chefe da aldeia para acelerar a construção da capela. A chegada de um jovem professor, cheio de ideias modernistas, e a atitude hostil do professor da escola permitem ao padre reforçar a sua autoridade.
19h · Casa Museu Padre Toledo – A negra de… | Senegal, França | 1966 | Ficção | 59 min. | Legendado em português | Direção: Ousmane Sembène | Classificação indicativa: 12 anos – Uma senegalesa sonha com uma vida melhor no exterior. Ela aceita um emprego como governanta de uma família francesa, mas seus deveres são reduzidos aos de uma empregada após a família se mudar para o sul da França. No novo país, ela se torna consciente de sua raça ao ser maltratada por seus empregadores.

ENDEREÇOS

Centro Cultural Yves Alves (CCYA)
Rua Direita, 168
Casa Museu Padre Toledo
Rua Padre Toledo, 190

SERVIÇO

14ª edição do Festival Artes Vertentes

Datas: de 11 a 21 de setembro
Locais: Centro Cultural Yves Alves, Museu de Sant´Ana, Casa Museu Padre Toledo, Galeria do IPHAN, Igreja São João Evangelista, entre outros.
Ingressos: Parte da programação é gratuita; vendas e retirada de ingressos serão abertas em breve por meio do site do Festival Artes Vertentes
Site: https://www.artesvertentes.com/
Redes Sociais: @artesvertentes

Sobre o Festival Artes Vertentes

Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é um projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 550 artistas, originários de 40 países. Mais informações no site www.artesvertentes.com

Colaborando com a RAIZ

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