Livro disseca a formação da cidade de São Paulo
“Cosmovisão Paulista: O Céu e a Terra na Formação da Cidade de São Paulo” revisita a gênese de São Paulo a partir de seus silêncios e contradições históricas. A cidade, que da trilha do Peabiru interiorizou o país, é vista sob uma nova perspectiva e abordagem histórica.
Como compreender São Paulo em sua dimensão mais profunda? O pesquisador Lincoln Paiva, mestre e doutor em Arquitetura e Urbanismo, apresenta uma resposta original em Cosmovisão Paulista — um livro que revela as tensões históricas, simbólicas e culturais que moldaram a cidade desde sua fundação.
Com base em fontes primárias e numa leitura crítica, Lincoln Paiva reconstrói os séculos XVI e XVII da cidade, revelando o conflito simbólico entre Céu e Terra — uma cosmovisão esquecida que ainda molda a São Paulo de hoje.
“Entender São Paulo é escavar as camadas que a cidade insiste em esconder. Este livro é um convite à escuta do que fomos levados a esquecer,” afirma Lincoln Paiva, o autor.
Cosmovisão Paulista propõe uma chave interpretativa para compreender a formação histórica e simbólica da cidade de São Paulo. Ao investigar os séculos XVI e XVII, o livro revela o embate entre diferentes formas de interpretar o espaço/tempo no mundo — principalmente entre as cosmovisões indígenas e europeias — que moldaram o território, os espaços urbanos, as relações sociais e as estruturas de poder na Paulistânia.
Por meio de fontes históricas, iconografia e análise crítica, o autor explorou como o céu (espiritualidade, religião, tempo cíclico) e a terra (paisagem, território, ordenação do espaço) foram elementos fundamentais para entender a fundação da cidade e seus desdobramentos até hoje.
A obra percorre os séculos XVI e XVII, analisando a formação de São Paulo a partir do encontro — e do embate — entre dois universos distintos:
• de um lado, modos de vida enraizados no território, no coletivo e nos ciclos da natureza;
• de outro, visões estruturadas em hierarquia, propriedade e progresso individual.
Dessa fricção nasceu uma São Paulo marcada por ambivalências: criativa e autoritária, resiliente e excludente.
Ao longo da narrativa, Paiva desconstrói o mito do “espírito paulista” como identidade única e mostra como ele, ao mesmo tempo em que exalta disciplina e trabalho, também serviu para ocultar contradições e silenciar experiências plurais.
Cosmovisão Paulista é uma leitura crítica e poética, que convida o leitor a repensar a cidade a partir de seus contrastes e camadas esquecidas. Compreender essa cosmovisão é abrir espaço para uma nova forma de pertencer a São Paulo — mais consciente, mais enraizada e, sobretudo, transformadora.
Fundamentado em documentos históricos — como atas da câmara, cartas jesuíticas, mapas coloniais e inventários — e dialogando com pensadores como Clifford Geertz e Fernand Braudel, o livro percorre os séculos XVI e XVII em dois volumes, abordando desde a fundação da vila até a consolidação de uma mentalidade urbana própria: a Cosmovisão Paulista.
“A história oficial costuma falar em encontro de culturas. O que este livro mostra é o conflito entre cosmovisões — e como uma delas foi silenciada. Mas nunca desapareceu completamente”, afirma o autor.

Um novo olhar sobre São Paulo
Mais do que revisitar o passado, o livro propõe uma chave interpretativa instigante: a Cosmovisão Paulista, fruto da sobreposição de mundos distintos. Entre céu e terra, tradição e ruptura, o leitor é convidado a enxergar a cidade como um campo fértil de pertencimento e possibilidades.

O autor
Lincoln Paiva é Mestre e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pesquisador e escritor, com atuação destacada nas áreas de história urbana, memória social e cultura brasileira.
Escreve histórias sobre a cidade de São Paulo com enfoque decolonial e sensível à pluralidade de vozes.

Conceito da Capa
A capa apresenta três indígenas, sentados em meio à floresta, voltados para a colina onde desponta a ocupação da sociedade europeia. Esta cena condensa a essência do livro: o choque de mundos e o nascimento da Cosmovisão Paulista. De um lado, os indígenas, símbolos da terra, da ancestralidade e do ciclo vital, vivem um tempo circular e um espaço de pertencimento. A floresta é continuidade e abrigo, não recurso. Seu olhar voltado para a colina carrega tanto a curiosidade quanto a consciência da transformação que se impõe.
De outro lado, no alto, ergue-se a cidade europeia, marcada pela igreja — centro simbólico de uma visão que introduz o tempo linear, o controle dos corpos, a propriedade e a hierarquia. O número três não é acaso: os três indígenas evocam o Triângulo Histórico — Sé, São Bento e Carmo — núcleo da fundação paulistana. Assim como os vértices do triângulo, eles sustentam uma cosmologia originária que permanece, mesmo sob camadas de colonização.
Esse encontro não é fusão, mas sobreposição de cosmovisões: alianças superficiais ocultam um embate profundo de crenças, símbolos e formas de organizar o mundo. Daí emerge a Cosmovisão Paulista, palimpsesto vivo que resiste no espírito e no chão da cidade até hoje.
SERVIÇO
COSMOVISÃO PAULISTA: O Céu e a Terra na formação histórica da cidade de São Paulo nos séculos XVI e XVII
Autor: Lincoln Paiva
Capa: Flexível
Tamanho: 14 x 21 cm
Peso: 468gr
Páginas: 212
ISBN: 978-65-83530-49-3
Editora: Afluente
Idioma: Português (BR)
Para adquirir a obra:
A venda física na Unno Art Farol Santander e pela plataforma da Editora: https://www.afluente.art/produto/cosmovisao-paulista-o-ceu-e-a-terra-na-formacao-historica-da-cidade-de-sao-paulo-nos-seculos-xvi-e-xvii-302