Funk um grito de ousadia e liberdade no Museu da Língua Portuguesa
Concebida originalmente pelo Museu de Arte do Rio (MAR), mostra destaca a influência do gênero musical sobre a língua, as artes visuais e a moda, apresentando acervos exclusivos do funk paulista.
Classificação indicativa: 14 anos.
Nascido das periferias urbanas e estudado por pesquisadores como um dos movimentos culturais mais influentes do país, o funk se afirma como linguagem estética, política e social que transforma modos de falar, vestir e criar. É a partir dessa força que o Museu da Língua Portuguesa apresenta a exposição FUNK: Um grito de ousadia e liberdade de 15 de novembro de 2025 a 30 de agosto de 2026.
Concebida originalmente pelo Museu de Arte do Rio (MAR), onde ficou um ano e meio em cartaz conquistando sucesso de público e crítica, a exposição debate o papel do funk nos repertórios linguísticos, artísticos e afetivos, com acervo incorporado sobre o funk paulista.
Com curadoria de Taísa Machado, Dom Filó, Amanda Bonan, Marcelo Campos e Renata Prado, a exposição irá apresentar e articular a história do funk para além da sua sonoridade, evidenciando sua origem na matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as comunidades, e os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário constituído em torno dele.
Para isso, a exposição contará com 473 obras e itens de acervo, entre pinturas, fotografias e registros audiovisuais.

O acervo da memória da FUNK TV foi incorporado à mostra no Museu da Língua Portuguesa para situar o desenvolvimento do funk na capital paulista. A produtora é referência do gênero no bairro da Cidade Tiradentes, berço do movimento na capital.
“Ser curadora de uma exposição de funk que mudou a concepção de arte da cidade do Rio de Janeiro é aceitar o desafio de construir a narrativa do funk paulista no Museu da Língua Portuguesa com o mesmo propósito: mostrar novas possibilidades de enxergar a arte através da cultura funk”, afirma a curadora Renata Prado. Formada em Pedagogia pela Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela é pesquisadora da cultura funk e relações étnico-raciais, idealizadora da Frente Nacional de Mulheres no Funk e ficou responsável por reunir os acervos e conteúdos sobre o funk paulista na versão do Museu da Língua Portuguesa da exposição.
História
FUNK: Um grito de ousadia e liberdade mostrará o caminho percorrido pelo gênero musical desde a influência da música negra estadunidense, o estabelecimento no Rio de Janeiro com características próprias e depois em São Paulo, onde também assumiu feições locais.
As obras ajudarão a contar a história do funk desde sua gênese nos bailes black, que começaram a acontecer no Rio de Janeiro e em São Paulo no fim dos anos 1960, a partir da ancestralidade negra já presente nas eras Soul e Black Music.
Nesses espaços de lazer da juventude negra, entraram para a história eventos como o show do cantor norte-americano James Brown, o Rei do Soul, na festa Chic Show no ginásio do Palmeiras. Realizada em novembro de 1978, a festa atraiu cerca de 22 mil pessoas e é interpretada por artistas contemporâneos em telas produzidas para a exposição.
Fotografias de acervos pessoais de dançarinos, músicos e demais profissionais envolvidos no universo do funk ou que influenciaram este movimento musical fazem parte do acervo da exposição, entre elas imagens de Jair Rodrigues com os Originais do Samba, Nelson Triunfo, Gerson King Combo e Lady Zu, entre outras.

ARTES VISUAIS
A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk em variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk é uma referência de visualidade, alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk.
Entre os artistas brasileiros contemporâneos estão Panmela Castro, Rafa Bqueer, Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre e Rafa Black. A obra de Tiago Furtado mostra a relação do Rap e do Funk na comunidade paulistana com prédios do centro histórico de São Paulo ao fundo. Já Markus CZA destaca, em um de seus quadros, movimentos negros inseridos no contexto do paulista.
INCLUSÃO E DIÁLOGO
Com a exposição FUNK: Um grito de ousadia e liberdade, o Museu da Língua Portuguesa visa alcançar um público, sobretudo jovem, que, historicamente, não costuma frequentar espaços culturais institucionalizados. Relacionando-se no dia a dia com este gênero musical, sucesso em regiões distantes do centro da capital paulista, este público, ao vir ao Museu para ver o projeto sobre o funk, poderá acessar também a exposição principal, onde a diversidade da língua portuguesa é destacada por meio de experiências como Português do Brasil e Palavras Cruzadas.
A exposição temporária conta com patrocínio máster da Petrobras e da Motiva; patrocínio da Vale; e apoio do Instituto Ultra, do Itaú Unibanco e da CAIXA. Concebida pelo Museu de Arte do Rio, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura da cidade do Rio de Janeiro e gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), a exposição é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e do Ministério da Cultura – Lei Rouanet.

Serviço
FUNK: Um grito de ousadia e liberdade
de 15/11/2025 a 30/08/2026
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Estação da Luz
Praça da Luz, s/nº
Centro, São Paulo – SP
De terça a domingo.
Das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h).
Recomendamos a compra antecipada do ingresso pelo Sympla.
Fechamento
O museu fecha às segundas-feiras.
Fechado também nos dias 24/12, 25/12, 31/12 e 1º/1.

