Mapas afetivos de um Rio de Janeiro afro-brasileiro
Exibida pelo SescTV, série “O Rio que deságua na África” apresenta novos episódios sobre memória, cultura e resistência na cidade.
A série propõe ao espectador um encontro com histórias vivas do Rio de Janeiro e o Brasil, revelando a cidade como espaço de permanentes travessias entre África, ancestralidade e contemporaneidade.
Dirigida por Vanessa de A. Souza, a série documental O Rio que deságua na África apresenta novos episódios que aprofundam as conexões entre a capital fluminense e as matrizes africanas que estruturam sua história, cultura e modos de vida.
Exibida aos sábados, às 20h30, pelo SescTV, a produção convida o público a percorrer territórios marcados pela presença negra, reunindo memória, arte, religiosidade, música e práticas comunitárias que afirmam identidades e resistem ao tempo.


Ao longo da temporada, a série desloca o olhar turístico convencional para propor um percurso sensível e crítico por espaços fundamentais da formação do Rio de Janeiro. Cada episódio articula passado e presente a partir de personagens que atuam na preservação da memória afro-brasileira, na valorização do patrimônio material e imaterial e na construção de formas sustentáveis de turismo cultural, baseadas no pertencimento, na escuta e no respeito aos territórios.
No episódio “Jardim Suspenso do Valongo“, a série revisita uma área central da cidade profundamente marcada pela história da escravidão. Guias, pesquisadores e artistas refletem sobre os processos de modernização urbana que promoveram o apagamento simbólico da memória negra, ao mesmo tempo em que apontam iniciativas contemporâneas de reparação histórica, ressignificando o espaço como lugar de memória, arte e resistência.
Em “Fé, Cultura e Natureza – Ilê da Oxum Apará“, o foco recai sobre um dos mais importantes terreiros do Rio de Janeiro, fundado em 1972, durante a ditadura militar. A partir de depoimentos de lideranças religiosas, intelectuais e militantes, o episódio revela o candomblé como prática espiritual, cultural e política, destacando o papel do afroturismo, da educação e da vivência afroecológica como caminhos para o enfrentamento do racismo religioso e a valorização das tradições de matriz africana.

A força do samba, da religiosidade e da vida cultural suburbana estrutura “Batidas do Subúrbio: Madureira e Vila Isabel“, episódio que percorre bairros importantes para a história musical do país. Entre mercados, escolas de samba, compositores, baluartes e pesquisadores, a narrativa revela o subúrbio como centro irradiador de cultura, memória e identidade negra, onde o samba se apresenta como linguagem coletiva, herança ancestral e forma de afirmação social.
Em “No Compasso de Tia Ciata“, a série retorna à região da Pequena África para narrar a trajetória de uma das figuras mais emblemáticas da cultura afro-brasileira. A partir dos caminhos percorridos por Tia Ciata, o episódio evidencia o papel do matriarcado negro na consolidação do samba, na preservação das tradições religiosas e na organização comunitária, ressaltando a importância das mulheres negras como agentes de resistência, empreendedorismo e transmissão cultural entre gerações.
Com uma abordagem que articula pesquisa histórica, escuta atenta e presença nos territórios, O Rio que deságua na África reafirma o compromisso do SescTV com narrativas plurais e com a valorização da memória afro-brasileira no audiovisual.


SERVIÇO
O RIO QUE DESÁGUA NA ÁFRICA – 2ª TEMPORADA
Série documental – 8 episódios
Direção: Vanessa de A. Souza
Duração: 26 minutos cada
Classificação indicativa: Livre
Exibição: sábados, às 20h30
Reapresentações: domingo, 10h30; segunda, 11h; terça, 14h30; quarta, 7h; sexta, 3h
Episódios de janeiro
03/01 – Jardim Suspenso do Valongo
10/01 – Fé, Cultura e Natureza – Ilê da Oxum Apará
17/01 – Batidas do Subúrbio: Madureira e Vila Isabel
24/01 – No Compasso de Tia Ciata
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SOBRE O SESCTV
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