Plataforma Bem Brasileiro reúne 25 anos de patrimônio imaterial
Acervo digital traz mais de 2 mil itens sobre bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural do Brasil.
Mais uma iniciativa do IPHAN que contribui para uma visão abrangente do patrimônio cultural imaterial brasileiro, a plataforma BEM BRASILEIRO, que reúne em um só lugar os patrimônios constantes em seus registros.
Depois de agrupar em uma só página virtual todos os projetos de Lei Rouanet de mesmo tema (ver na Revista Raiz – O Iphan lança página sobre projetos de Patrimônio na Lei Rouanet — Revista RAIZ – cultura brasileira), lança agora essa nova e importante iniciativa.
Com acervo de mais de 2 mil itens – entre fotos, vídeos, documentos e publicações – sobre todos os bens imateriais registrados pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, desde que essa categoria de reconhecimento foi criada, há exatos 25 anos.
Desenvolvida pelo Iphan em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o Laboratório de Inteligência de Redes da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Brasília (FCI/UnB), a plataforma facilita o acesso a informações relacionadas ao Patrimônio Imaterial do País.
Estão lá desde os pedidos de registro e pareceres elaborados no processo de reconhecimento de um bem cultural até as ações de monitoramento e salvaguarda que o Iphan desenvolve após esse reconhecimento, como parte da sua missão de proteger e promover o patrimônio cultural brasileiro. Tudo com interface intuitiva e linguagem simples, acessível para qualquer pessoa interessada no tema.
Ferramenta para pesquisadores
Com diversas opções de filtro de busca, a plataforma Bem Brasileiro permite ao usuário fazer pesquisas específicas por estados, datas de registro, temas (tais como “cultura alimentar”, “catolicismo popular” ou “povos de terreiro e de matriz africana”) ou por Livros de Registro – os arquivos oficiais nos quais o Iphan inscreve um bem de natureza imaterial como Patrimônio Cultural. São quatro arquivos: o Livro dos Saberes; o das Celebrações; o das Formas de Expressão; e o dos Lugares. (A título de comparação, bens de natureza material são inscritos em Livros do Tombo, de onde vem o termo “tombamento”, para o seu reconhecimento pelo Iphan.)
Também ficou fácil cruzar buscas sobre bens que compartilham atributos em comum. Em poucos cliques, por exemplo, uma pesquisa sobre a Cachoeira do Iauaretê – lugar sagrado dos povos dos rios Uaupés e Papuri – pode levar a outros bens registrados no estado do Amazonas, ou relativos a povos indígenas, ou que também estejam inscritos no Livro dos Lugares, como a Feira de Caruaru (PE) e a Feira de Campina Grande (PB).
A plataforma ainda traz uma relação de agentes dedicados aos bens que constituem o Patrimônio Imaterial nos diversos territórios do País, como mestres, grupos culturais e organizações parceiras do Iphan na preservação e promoção desse patrimônio, com seus respectivos meios de contato. “Queremos sempre frisar que a salvaguarda do patrimônio imaterial é uma responsabilidade compartilhada por todas as esferas do poder público e pela sociedade civil”, diz Deyvesson Gusmão.
Patrimônio que aponta para o futuro
Outra novidade da plataforma é relacionar cada bem registrado a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e ambientalmente equilibrado. A ideia é evidenciar que a preservação de saberes e práticas constituintes do patrimônio cultural brasileiro, longe de comprometer o desenvolvimento de uma nação, pode justamente contribuir para a solução de alguns dos maiores desafios socioeconômicos e ambientais da atualidade.
Constituídos por técnicas de cultivo que, ao longo do tempo, vêm contribuindo para a preservação e o enriquecimento dos ecossistemas onde são aplicados, os dois sistemas agrícolas aparecem na plataforma do Iphan associados, por exemplo, aos ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), entre outros.