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15 anos do Museu Afro Brasil com exposição sobre São Paulo

Colaborando com a RAIZ

500 itens históricos, entre pinturas, fotografias, cartazes, objetos de arte e de uso cotidiano celebram a transformação da cidade

 

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura, abre no sábado, dia 6 de abril, às 11h, a exposição “Museu Afro Brasil, nos seus 15 anos, celebra São Paulo: uma iconografia urbana”, que destaca, a partir de uma série de elementos artísticos e culturais, a transformação da cidade de São Paulo de um povoado em megametrópole cosmopolita. Nela, o curador e diretor do Museu Afro Brasil Emanoel Araújo reúne mais de 500 itens históricos entre pinturas, fotografias, cartazes, objetos, vestimentas, recortes de jornais e revistas, mapas, brinquedos e porcelanas que traçam uma cronologia da cidade.

“São Paulo é uma cidade-síntese, que resume em si toda a riqueza da diversidade étnica e cultural de nosso país, e que, por sua condição cosmopolita, não a isola da realidade do mundo globalizado em que vivemos. É aqui que todas as diferenças se encontram e se confrontam, que todas as sínteses se tornam possíveis, todos os choques visíveis, mais que em qualquer outra parte do país. Aqui é o lugar onde um Afro Brasil nos oferece o desafio de uma herança a resgatar”, ressalta Emanoel Araujo, curador da exposição e também fundador do Museu Afro Brasil, que comemora 15 anos de atividade em 2019.

 

Quirino da Silva – retrato de Emy Bomfim – Divulgação

 

A exposição está dividida em alguns núcleos: “São Paulo, uma metrópole industrial”, onde são exibidas placas de propaganda, louças, brinquedos, objetos de decoração, mobiliário do Liceu de Artes e Ofícios, embalagens de diversos produtos alimentícios, entre outros itens que indiciam tanto a indústria paulistana quanto sua relação com a economia mundial.

 

Perfume Frances Caixa – Schiaparelli – 1930-1950

 

Em “Belle Époque Paulistana”, o curador apresenta objetos ligados aos costumes dos anos 1920, destacando vestidos e croquis da Maison Marnah, da celebrada modista Madame Maria Adelaide da Silva, além adereços como bolsas, leques, artigos de beleza e dois raros tecidos da pintora e decoradora brasileira Regina Gomide Graz (1897-1973). O núcleo “Revolução Constitucionalista de 1932”, por sua vez, traz a público vasta iconografia que inclui mapas, esculturas em bronze, flâmulas, porcelanas, bandeiras que referenciam o movimento armado ocorrido entre julho e outubro de 1932, quando o estado de São Paulo entro em conflito com o governo de Getúlio Vargas.

O núcleo “Carnaval Paulistano” reúne reproduções e fotografias originais que resgatam a importância da presença negra na festa popular na cidade. “IV Centenário” é o núcleo de maior diversidade de suportes. Nele, filatelia, numismática, discos, copos, louças, bandejas, revistas, pôsteres e mapas rememoram as festividades e celebrações que marcaram a efeméride dos 400 anos da cidade no ano de 1954, data em que foi inaugurado o Parque Ibirapuera.

Artes visuais, música e imprensa, aqui incluídos periódicos raros e frágeis, não ficam de fora das escolhas do curador, cada uma delas recebendo uma área específica dentro da exposição. A curadoria de artes visuais, contudo, dá ênfase aos artistas brasileiros participantes da 2ª Bienal de São Paulo, realizada entre 1953 e 1954, conhecida como a “Bienal da Guernica”, em referência à vinda da célebre obra “Guernica” (1937) de Pablo Picasso, exibida nas dependências do atual Museu Afro Brasil. São exibidas obras de: Aldemir Martins, Danilo Di Prete, Sanson Flexor, Manabu Mabe, Aldo Bonadei, Lothar Charoux, entre outros.

 

Aldemir Martins – Barbosa 1966

 

Ao reunir esse vasto conjunto de itens preciosos, Emanoel Araújo ilustra a riqueza material e simbólica das transformações por que a passou a vila de São Paulo de Piratininga do século XVI ao posto de maior cidade da lusofonia e principal centro financeiro e mercantil do Hemisfério Sul. “Museu Afro Brasil, nos seus 15 anos, celebra São Paulo: uma iconografia urbana” conta, também, com uma extensa cronologia, exibida numa das paredes da mostra, que sinaliza os principais acontecimentos da cidade de São Paulo, auxiliando o visitante a desfrutar com rigor histórico essa memorável e superlativa exposição.

 

Regina Gomide Graz – Colchas bordadas – 1920

 


O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de obras de arte, documentação e objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Foi inaugurado em 2004, a partir da coleção particular de seu atual diretor e curador Emanoel Araújo. Sua programação de exposições permanentes e temporárias, associada às ações educativas, destaca a perspectiva africana na formação do patrimônio, identidade e cultura brasileira, celebrando a memória, história e a arte brasileira e afro-brasileira. Seu acervo conta atualmente com mais de 6 mil itens, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, objetos, documentos e peças etnológicas de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos desde o século XVII até os dias de hoje. Está localizado no Parque Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer em 1954 por ocasião das comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, nas dependências do Pavilhão Manoel da Nóbrega, espaço de mais de 11 mil m2 que conta espaços expositivos, além do Teatro Ruth de Souza, com capacidade para150 pessoas, e a Biblioteca Maria Carolina de Jesus.

 


Serviço:

Mostra: “Museu Afro Brasil, nos seus 15 anos, celebra São Paulo: uma iconografia urbana”
Curadoria: Emanoel Araújo
Abertura: 06 de abril, sábado, às 11 horas
Período expositivo: de 07 de abril a 07 de julho de 2019

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera – Portão 10 (acesso pelo portão 3)
São Paulo / SP – CEP 04094-050
📞 (11) 3320 8900
🔗 www.museuafrobrasil.org.br
Horários de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, com permanência até as 18h.
Ingressos: R$ 6 (entrada gratuita aos sábados)
App Museu Afro Brasil disponível para IOS e Android, com download gratuito na Google Play e App Store.

 

Colaborando com a RAIZ