A cosmovisão e à musicalidade do povo Ashaninka no MCI
Museu das Culturas Indígenas recebe programação conduzida por Tsinaki Samaniego, que apresenta a espiritualidade, os cantos e as narrativas ancestrais do povo Ashaninka, além da relação com a floresta e a resistência na defesa de seus territórios.
O Museu das Culturas Indígenas promove uma programação especial dedicada à cultura e à espiritualidade do povo Ashaninka, com duas atividades conduzidas pela jovem liderança Tsinaki Samaniego. Reconhecida por sua atuação em defesa dos direitos indígenas e pela revitalização da música tradicional de seu povo, Tsinaki conduz uma contação de histórias e uma vivência musical. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
COSMOVISÃO ASHANINKA
No Programa de contação de histórias: cosmovisão de mundo Ashaninka através das montanhas, às 11h, convida o público a conhecer a perspectiva dos Ashaninka, povo que habita regiões entre o Brasil e o Peru, guardião de uma das maiores extensões contínuas de floresta preservada na Amazônia.
Suas narrativas ancestrais tratam do equilíbrio entre os mundos material e espiritual, da relação sagrada com a natureza e da importância das montanhas e dos rios como morada dos espíritos e fontes de sabedoria. Durante a atividade, Tsinaki conta histórias de origem, mitos de criação e cantos tradicionais, conduz o público a uma escuta sensível que desperta para o modo como os Ashaninka compreendem o tempo, a terra e o convívio com todos os seres.
CANTO, MEMÓRIA E RESISTÊNCIA
Às 14h, em Musicalidade Ashaninka – cantos de resistência e memória, Tsinaki apresenta cantos cerimoniais que narram os ciclos da vida e da floresta, mas também expressam as dores e esperanças de um povo em constante luta pela defesa de seu território. Suas composições dialogam com experiências de perda, renascimento e força comunitária e transformam música em ato político e espiritual.
Entre canções tradicionais e composições autorais, Tsinaki convida o público a refletir sobre a resistência feminina e a transmissão dos saberes por meio da arte. Para encerrar, apresenta canções ao violão que unem ancestralidade e contemporaneidade.
MULTIARTISTA E JOVEM LIDERANÇA
Tsinaki Samaniego é uma jovem líder do Povo Ashaninka, ativista, artesã e musicista. Nascida na Comunidade Nativa San Miguel, na região de Ceja de Selva, Junín (Peru), integra a Comissão Transfronteiriça Peru-Brasil, espaço que fortalece alianças entre comunidades indígenas dos dois países. Faz parte do coletivo juvenil Akateyani Noshaninka – Kaimane Pawa Ayorenkane, voltado à preservação da memória oral, da espiritualidade e da música tradicional Ashaninka.
Seu trabalho tem sido reconhecido internacionalmente em eventos no Brasil, Espanha, Itália e Peru, em que leva adiante a mensagem de seu povo sobre a necessidade de proteger a floresta e suas culturas.
POVO ORIGINÁRIO DA AMÉRICA
Os Ashaninka – cujo nome significa “nossos semelhantes” – são um dos maiores povos indígenas da Amazônia sul-ocidental, com uma população estimada em mais de 100 mil pessoas, a maioria vivendo no Peru, e cerca de 1.800 no Brasil, principalmente nas Terras Indígenas Kampa do Rio Amônia e Kampa do Rio Envira, no Acre.
Guardam uma profunda relação espiritual com a floresta, os rios e as montanhas, elementos que estruturam sua cosmologia e seu modo de vida. Sua língua pertence à família Arawak e carrega conceitos que expressam a interdependência entre humanos e natureza — entre eles, o princípio de que o equilíbrio da vida depende do respeito a todos os seres visíveis e invisíveis.
Historicamente, o povo resistiu à invasão de seus territórios desde o período do Império Inca, passando pelo ciclo da borracha no século XIX e, até hoje, luta contra o desmatamento e a exploração madeireira. Os Ashaninka são reconhecidos por sua organização comunitária, espírito de autonomia e protagonismo ambiental, com criação de projetos de reflorestamento, manejo sustentável e fortalecimento cultural.
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
SERVIÇO
Contação de Histórias MCI: Cosmovisão de Mundo Ashaninka através das Montanhas
Data e horário: 19/10/2025, das 11h às 12h
Musicalidade Ashaninka – cantos de resistência e memória
Data e horário: 19/10/2025, das 14h às 15h
Todas as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site:
https://museudasculturasindigenas.org.br/
Museu das Culturas Indígenas
Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP
Telefone: (11) 3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

