Festas, Sambas e Outros Carnavais no Museu do Pontal
O Museu do Pontal vai passar por uma repaginada. A partir do início de novembro, três novas exposições ocupam a casa da arte popular brasileira, transformando 70% das galerias do Museu.
Entre as mostras apresentadas está a exposição de longa duração sobre festividades brasileiras, individual do pintor Sérgio Vidal e mostra em homenagem a Naná Vasconcelos ocupam o museu a partir de 8 de novembro.
O Museu do Pontal vai abrir as portas para celebrar a música e as festas populares que acontecem por todo Brasil. Com patrocínio da Shell Brasil, por meio da Lei Rouanet, no dia 8/11 a exposição Festas, sambas e outros carnavais entra em cena com maracatus, folias, reisados, jongos, bois-bumbá, carimbós e muitos sambas e carnavais.
Para comemorar a inauguração, um festival de arte e música com show de Mart’nália e mais de 20 atrações ocupará o jardim-praça nos dias 8 e 9/11. Além da coletiva – a maior exposição já realizada na nova sede do museu vai ocupar 70% do espaço expositivo – outras duas mostras serão abertas: Sérgio Vidal: nas batucadas da vida e Ocupação Naná Vasconcelos.
Toda a programação do Museu do Pontal é gratuita.
Festas, Sambas e Outros Carnavais foi exibida pela primeira vez em São Paulo, no Sesc Casa Verde (2023). De lá, viajou para o Centro Cultural Bienal das Amazônias, em Belém (2024). Com curadoria dos diretores do Museu, Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, a exposição chega ao Rio de Janeiro trazendo ritmos, danças e festas dos locais onde foi exibida.
“Aprofundamos as pesquisas nos territórios por onde a mostra passou, como o bairro de Casa Verde, em São Paulo, marcado pela tradição do samba, e as ricas manifestações do Pará, como o Círio de Nazaré e, no baixo rio Tocantins, o Carnaval das Águas. Agora a exposição chega em casa com os melhores momentos dessas duas edições, com a presença, entre outros, de João Candido, da Casa Verde e de Mestre Vital, do Pará”, explica a curadora Angela Mascelani.
A mostra está organizada em ilhas temáticas. Em cada uma, esculturas, fotografias e pinturas de mais de 60 artistas de 10 estados brasileiros são acompanhadas de textos de autores convidados, além de estímulos visuais, sonoros e cenográficos. “Será uma viagem pelas festas brasileiras a partir de artistas de várias regiões do país. Nessa montagem carioca, a cena será ocupada por artistas contemporâneos do Rio, que têm o ritmo e pulsam a cidade e as festas, como Guilherme Kid, de Realengo, e outros. O diálogo será feito com grandes artistas de nossa cidade que trazem a tradição das festas públicas, como Heitor dos Prazeres e sua praça Onze, além de rara pintura de João da Baiana”, explica o curador Lucas Van de Beuque.
Em sua edição carioca, Festas, Sambas e Outros Carnavais apresenta jovens talentos, como Guilherme Kid, Manuela Navas e Juan Pablo. Nascido e criado na Vila Nova Aliança, em Bangu, Juan participa com pinturas e esculturas de fio de cobre que retratam o cotidiano dos “crias”, como os bailes funk e os bate-bolas. O artista visual e performático Rona, da comunidade Pretos Forros, no Lins, foi comissionado pelo Museu para criar duas obras. “Uma delas ficará no foyer. É uma instalação que acolhe o público, o abraça e convida para uma jornada festiva e lúdica que vai atravessar o Brasil, de norte a sul”, afirma a curadora Angela Mascelani.
Um destaque da mostra será o setor que homenageia músicos através de pinturas, fotografias e esculturas. Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Pixinguinha estarão presentes a partir do olhar do fotógrafo Walter Firmo; Paulo Moura, pintado por Sergio Vidal; Luiz Gonzaga, em uma escultura de grande formato de Adalton Lopes; Dona Onete, em foto de Walda Marques, e Mestre Damasceno, pelas lentes de Luiz Braga.
Festas, Sambas e Outros Carnavais, a exposição e o festival, são realizações do Museu do Pontal com patrocínio da Shell Brasil por meio da Lei Rouanet.
Sérgio Vidal: nas batucadas da vida
As duas galerias do mezanino serão ocupadas pela panorâmica Sérgio Vidal: nas batucadas da vida. Trata-se da primeira grande retrospectiva da obra do artista, que completou 80 anos em 2025 e está em plena atividade, com obras em acervos de importantes museus brasileiros como MASP, Pinacoteca, Museu AfroBrasil, MAR e do exterior como o MUSEUN OF FINE ARTS, de Boston/USA. Faz parte da linha curatorial do Museu do Pontal focar em individuais dos artistas.
Marcada pela influência do compositor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres, as pinturas de Sérgio Vidal trazem para a cena a vida boêmia do subúrbio carioca. São mais de 30 obras em exposição. O público poderá fazer um passeio por diferentes momentos de sua carreira, observando influências e transformações. Com suas pinturas, Vidal desenvolveu verdadeiras crônicas da cidade do Rio de Janeiro.
Natural da Gamboa, onde nasceu em 15 de janeiro, de 1945, Vidal passou a infância e parte da vida adulta em Bonsucesso. De família operária, onde muitos eram músicos, passou a acalentar o ideal de ser pintor ao visitar o ateliê de Heitor dos Prazeres, a quem veio a conhecer por intermédio de seu filho, Heitorzinho, de quem era amigo na escola. Autodidata, trabalhou em segredo. Só após a morte de Heitor dos Prazeres tomou coragem para mostrar seus quadros ao amigo, que abriu para Vidal as portas do mundo das artes. Depois de viver em São Paulo, onde conheceu artistas como Gildemberg, R.Griot, Aloysio Zaluar, Holmes Neves, Fernando V. da Silva, Di Cavalcanti, Delson Pitanga e Rubens Gerchman, e Curitiba, atualmente, o artista vive com a mulher, Leila de Sousa Neto, com quem convive há 50 anos, em Pedra de Guaratiba.
Ocupação Naná Vasconcelos
A Ocupação Naná Vasconcelos será uma experiência imersiva, com estímulos sonoros e visuais que incluem fotografias, documentos, entrevistas, objetos e instrumentos como o inseparável berimbau. A mostra é um recorte da exposição realizada pelo Itaú Cultural em 2024 para celebrar a genialidade do artista (1944-2016) que deu novo uso e valor ao berimbau, instrumento marcado pela cultura afro-brasileira, mesclando seus sons com jazz e outros ritmos.
A ocupação será inaugurada no dia 9 de novembro com a presença de Patrícia Vasconcelos, viúva de Naná, e um show inédito em homenagem ao genial percussionista. Criado especialmente para o festival, o show Tá na Roda Tá, que acontece às 16h30, reúne um time de músicos excepcionais: Lui Coimbra, que acompanhou Naná em diversos shows; Carlos Malta; Bernardo Aguiar, Aline Paes e Negadeza. Esta exposição é uma oportunidade de conhecer um pouco mais do artistas que dizia: “Eu sou o Brasil que o Brasil não conhece”.
O Museu do Pontal, por meio da lei federal de incentivo à Cultura, tem a Shell como patrocinador master, a Vale como patrocinador estratégico, e como patronos Repsol Sinopec Brasil, Ternium, Tenaris e Itaú, além da Prefeitura do Rio.
SOBRE O MUSEU DO PONTAL
Situado no Rio de Janeiro, o Museu do Pontal é considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do país. Seu acervo – resultado de 45 anos de pesquisas e viagens por todo país do designer francês Jacques Van de Beuque – é composto por mais de 9.000 peças de 300 artistas brasileiros, produzidas a partir do século XX.
Museu do Pontal
Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. Aberto de quinta a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30).
SOBRE A SHELL
Há 112 anos no país, a Shell Brasil é uma companhia de energia integrada, com participação nos setores de Petróleo e Gás, Soluções Baseadas na Natureza, Pesquisa & Desenvolvimento e Trading, por meio da comercializadora Shell Energy Brasil. A companhia está presente ainda no segmento de Biocombustíveis por meio da joint-venture Raízen, que no Brasil também gerencia a distribuição de combustíveis da marca Shell.
A Shell Brasil trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
