Memórias negras e recortes no MetrôRio celebram a Consciência Negra
Em celebração ao Mês da Consciência Negra, o MetrôRio exibe duas exposições na estação Central do Brasil/Centro: “Memórias da Pequena África” e “Recortes de Memória“.
A iniciativa faz parte da campanha institucional “Respeito move novas rotas”, com o slogan “Valorize a cultura negra para fortalecermos um caminho para uma sociedade mais justa e diversa”.
A exposição “Memórias da Pequena África” é realizada pelo Rio Memórias, organização social dedicada a promover a história e a cultura da cidade, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. A mostra, que também faz uma homenagem ao Rio Capital Mundial do Livro, conta com seis fotos inéditas do acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. As imagens retratam lugares fundamentais para a memória da presença negra no Rio, espaços que ajudam a revelar as camadas históricas que moldaram, e continuam moldando, nossa identidade.
A exposição convida os passageiros a terem um outro olhar sobre o lugar que remete à memória de um tempo em que o comércio de pessoas escravizadas era uma prática comum, mas também à consciência de que, nessa mesma região, o espírito carioca se formou com a riqueza da cultura africana. O percurso começa pelo Cais do Valongo e pelo Largo de Santa Rita, com testemunhos dolorosos do horror da escravidão; passa pelo Largo da Prainha, Casa da Tia Ciata, Praça da Harmonia e Praça Onze, espaços onde a resistência e a criatividade negras construíram novas formas de sociabilidade, lançando raízes que, até hoje, sustentam e enriquecem a nossa cultura.
‘Recortes de Memória’
Já a mostra “Recortes de Memória”, da artista visual Fátima Farkas, com curadoria de Vera Simões, reúne 11 obras que combinam fotografia e pintura em uma linguagem contemporânea, propondo uma reflexão sobre a memória e a representatividade de personagens negros na história do Brasil. A exposição convida o público a revisitar a história e refletir sobre as vozes e narrativas que ajudaram a moldar o país. A exposição apresenta figuras históricas e contemporâneas que marcaram a luta e a resistência negra, como João Cândido Felisberto (o Almirante Negro), Benedito Meia Légua, Rainha Nzinga e o arquiteto Diébédo Francis Kéré, entre outros personagens.
As obras, trabalhadas com cor e corte fotográfico, exploram o contraste entre luz e sombra, presente nas camadas simbólicas da memória e da ancestralidade. A artista propõe dar visibilidade à trajetória de personalidades negras históricas que tiveram suas histórias apagadas e de destacar seus feitos, que transformam a narrativa do apagamento desde o período da escravização no Brasil até os dias atuais.
Fátima Farkas iniciou sua trajetória no design e, posteriormente, nas artes visuais. A artista desenvolve trabalhos que dialogam com questões étnicas e culturais brasileiras, especialmente ligadas ao Recôncavo Baiano. Entre suas criações recentes está a exposição “Será o Benedito”, exibida no Instituto dos Pretos Novos (IPN), no Rio de Janeiro, durante as celebrações dos 19 anos do instituto e dos 250 anos do sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos.
As exposições “Memórias da Pequena África” e “Recortes de Memória” podem ser vistas até o dia 20 de dezembro, no corredor de acesso B (Terminal Rodoviário) da estação Central do Brasil/Centro, durante o horário de funcionamento do MetrôRio.
A campanha institucional do metrô deste ano também convida os clientes a deixarem um livro inspirador sobre a cultura negra nas estantes “Livro Vai, Livro Vem”, disponíveis nas estações Pavuna, Central do Brasil/Centro, Saens Peña/Tijuca e General Osório/Ipanema. O objetivo é ajudar a espalhar conhecimento, representatividade e orgulho.

Serviço
Exposições “Memórias da Pequena África” e “Recortes de Memória” no MetrôRio
Local: estação Central do Brasil/Centro, no corredor de acesso B (Terminal Rodoviário)
Data: até o dia 20 de dezembro
Horário: durante o período de funcionamento do metrô

