15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos chega a São Paulo
A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH) chega a São Paulo entre os dias 3 e 6 de dezembro, com exibições gratuitas no Espaço Petrobras de Cinema, na Rua Augusta.
Com o tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, a programação apresenta filmes que discutem a crise ambiental, a defesa dos territórios, a ancestralidade e os modos de vida sustentáveis presentes nas diversas regiões do país.
Realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a mostra percorre 12 capitais brasileiras, sendo uma das principais e mais longevas ações da pasta voltadas à educação e cultura em direitos humanos, reconhecendo o audiovisual como ferramenta de transformação social. A edição 2025 tem parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, e em São Paulo conta com o apoio da Escola Paulo Freire, do Movimento Brasil Popular, das Cozinhas Populares, da CultSP PRO e do Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai.
A abertura da Mostra em São Paulo acontece no dia 3 de dezembro, às 20h30, com sessão especial do filme “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna. Homenageada desta edição, Sueli é liderança do povo Tikmũ’ũn e referência no cinema indígena contemporâneo. O longa, premiado no Festival de Brasília, no CachoeiraDoc e na Mostra Ecofalante, acompanha a busca da diretora por seu pai, separado da família durante a ditadura militar.

LISTA DE FILMES
Com uma seleção de 21 filmes, a programação da 15ª MCDH conta com a curadoria de Beatriz Furtado, professora do Instituto de Cultura e Arte da UFC, e Janaina de Paula, jornalista e realizadora. As obras selecionadas estão divididas em quatro seções temáticas que abordam questões como território, memória, biodiversidade, justiça climática e modos de vida ameaçados, com forte presença de cineastas indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
A sessão infantil apresenta o longa “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, dirigido pelo cineasta paulista Fernando Fraiha, conhecido por trabalhos que transitam entre humor, cultura popular e narrativas afetivas brasileiras. O filme acompanha Chico Bento na Vila Abobrinha, comunidade fictícia inspirada em cidades do interior de São Paulo, onde o menino se mobiliza para salvar uma grande goiabeira ameaçada por interesses políticos e econômicos. A obra celebra o universo de Mauricio de Sousa, destacando temas como preservação ambiental, pertencimento e comunidade.
As demais sessões exploram dimensões essenciais da pauta socioambiental nos dias de hoje. A sessão Terra/Nêgo Bispo evidencia o pensamento quilombola e a força dos territórios comunitários, a sessão Águas/Antônia Melo reúne filmes que abordam conflitos hídricos e disputas socioambientais na Amazônia e no Cerrado. Já a sessão Floresta/Raoni homenageia o líder caiapó e apresenta obras sobre biodiversidade e proteção de territórios tradicionais.
O filme de encerramento, no dia 6 de dezembro, é “Sede de Rio” (2024), documentário dirigido pelo baiano Marcelo Abreu Góis, que acompanha a jornada espiritual de Seu Nir, último capitão de embarcações ribeirinhas do Rio São Francisco. Todas as sessões contam com acessibilidade em Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE), garantindo acessibilidade e inclusão. Após as exibições, a programação conta com debates com realizadores e convidados. Todos os encontros terão interpretação em Libras.

OFICINA
Antes do início das exibições, São Paulo recebeu a etapa formativa da Mostra, a oficina “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”, um dos braços do programa da 15ª MCDH em todas as cidades que receberam a Mostra. A atividade busca fortalecer a dimensão educativa da Mostra ao promover reflexões sobre direitos humanos a partir da linguagem cinematográfica.
Na capital paulista, a oficina acontece entre os dias 25, 26 e 27 de novembro, no Cursinho Popular da Casa Luís Gama, conduzida pelo antropólogo visual e socioeducador Gabriel Dominguez. Ao longo de três encontros, que totalizaram nove horas/aula, a formação articulou exibições, exercícios práticos e rodas de conversa sobre modos de representar territórios, comunidades e experiências humanas, estimulando os participantes a utilizarem o cinema como ferramenta de expressão coletiva, reflexão crítica e engajamento social.

HISTÓRICO DA MOSTRA
A Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma estratégia do Governo Federal para a consolidação da educação e da cultura em Direitos Humanos, entendendo o audiovisual nacional como forte aliado na construção de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade e do respeito às diferenças.
Criada em 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a mostra amplia e diversifica os espaços de informações e debates sobre direitos humanos, por meio da linguagem cinematográfica, tornando-se instrumento valioso de diálogo e transformação para públicos com pouco ou nenhum conhecimento sobre direitos humanos.
PROGRAMAÇÃO
Dia 1 – 3/12, quarta-feira
- Sessão de abertura – 20h30 às 23h45
Classificação indicativa: 12 anos
Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2024, 90′) –
Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna
Dia 2 – 4/12, quinta-feira
- Sessão infantil 1 – 13h30 às 15h45
Classificação indicativa: Livre
Amazônia sem garimpo (2022, 6’34”) – RJ
Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein
No início do mundo (2025, 7’46”) – CE
Direção: Camilla Osório
Chico Bento e a goiabeira maraviósa (2025, 90′) – SP
Direção: Fernando Fraiha
Debate com Raquel Almeida e Thais Caramico
- Sessão Nego Bispo (Terra) – 20h30 às 23h30
Classificação indicativa: 12 anos
Eu sou raiz (2022, 7′) – PE
Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara
Ainda há moradores aqui (2025, 42’50”) – AL
Direção: Tiago Rodrigues
Pau d’arco (2025, 89′) – PA
Direção: Ana Aranha
Debate com João Victor Oliveira, Rosemeire de Almeida e Marco Antônio Ribeiro
Dia 3 – 5/12, sexta-feira
Sessão infantil 2 – 13h30 às 15h48
Classificação indicativa: Livre
Ga vī: a voz do barro (2021, 10’40”) – PR
Direção: Ana Letícia Meira Schweig, Angélica Domingos, Cleber kronun de Almeida, Eduardo Santos Schaan, Geórgia de Macedo Garcia, Gilda Wankyly Kuita, Iracema Gãh Té Nascimento, Kassiane Schwingel, Marcus A. S. Wittmann, Nyg Kuita, Vini Albernaz
Òsányìn: O segredo das folhas (2021, 22′) – AL/BA/RJ
Direção: Pâmela Peregrino
Do colo da Terra (2025, 75′) – MG/MS/AM
Direção: Renata Meirelles e David Vêluz
Debate com Renata Meirelles
Sessão Antônia Melo (Águas) – 20h30 às 23h34
Classificação indicativa: 12 anos
Kutala (2025, 5′) – MG
Direção: Fabio Martins e Quilombo Manzo
Rio de mulheres (2009, 21′) – MG
Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira
Cerrado, coração das águas: Conexão Caatinga (2025, 16’46”) – GO/TO/DF/MT
Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva
As lavadeiras do rio Acaraú transformam a embarcação em nave de condução (2021, 12′) – CE
Direção: Kulumym-Açu
Volta grande (2020, 27′) – PA
Direção: Fábio Nascimento
Rua do Pescador, Nº 6 (2025, 72′) -RS
Direção: Bárbara Paz
Debate com Philippe Mendes
Dia 4 – 6/12, sábado
Sessão Raoni (Floresta) – 14h às 15h53
Classificação indicativa: 14 anos
SUKANDE KASÁKÁ | Terra doente (2025, 30′) – MT
Direção: Kamikia Kisedje, Fred Rahal
Faísca (2025, 12′) – CE
Direção: Barbara Matias Kariri
Grão (2020, 16′) – MG
Direção: Adriana Miranda
Curupira e a máquina do destino (2021, 25′) – AM
Direção: Janaína Wagner
Debate com Gabriella Lima e Paula Guajajara
Sessão de encerramento – 20h30 às 22h 12
Classificação indicativa: Livre
Sede de rio (2024, 72′) – BA
Direção: Marcelo Abreu Góis
Debate com Leandro Karaí Mirim

15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos em São Paulo
Quando: De 3 a 6 de dezembro de 2025
Onde: Espaço Petrobrás de Cinema (Rua Augusta, 1475 – Consolação)
Gratuito
Classificação indicativa: confira a programação
Realização: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC)

