Museu das Culturas Indígenas celebra o seu segundo aniversário
O Museu das Culturas Indígenas (MCI) recebeu mais de 52 mil visitantes em dois anos de existência. Para celebrar o aniversário muitas atividades gratuitas: feira de artesanato, apresentações culturais, lançamento de mapa interativo e muito mais.
O Museu das Culturas Indígenas (MCI) celebra o seu segundo aniversário com uma série de apresentações e atividades culturais gratuitas ao longo do mês de junho. Em dois anos de atuação, o MCI recebeu mais de 52 mil visitantes, sendo 40 mil visitações gratuitas feitas por meio da política de gratuidade da instituição. Neste período, o público participou de centenas de encontros interculturais entre povos indígenas e não indígenas. No período, diversas lideranças e multiartistas compartilharam suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, histórias, músicas e artes.
Para celebrar esse marco, a instituição realizará uma programação especial com debates sobre meio ambiente e socio biodiversidade, patrimônio indígena, além da exibição de documentários, realização de oficinas e apresentações culturais. Confira a programação completa a seguir:
Debate
Como reduzir os efeitos das mudanças e eventos climáticos extremos cada vez mais recorrentes na Terra? São o que lideranças e ativistas indígenas, articulações e acadêmicos, debaterão nos encontros Socio biodiversidade e territórios indígenas: sustentabilidade em questão, promovidos em 05 de junho no MCI.
O debate, dividido em dois momentos e realizado no Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), abordará como o racismo ambiental afeta comunidades indígenas e como implementar parcerias e projetos que promovam a economia sustentável e a gestão socioambiental dentro dos territórios. O compartilhamento de ações de socio biodiversidade realizadas dentro dos territórios originários também será abordado durante o encontro.
No primeiro momento, às 10h, o encontro abordará o Fortalecimento de articulações e redes sustentáveis. A conversa será acerca da articulação, criação e manutenção de associações para execução de iniciativas de desenvolvimento sustentável nos territórios. Já o segundo encontro, às 15h, as Consequências da injustiça e racismo ambiental para a socio biodiversidade nortearão o debate, que tratará sobre como os eventos climáticos extremos afetam majoritariamente comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas.
Patrimônio indígena
A edição dos encontros Patrimônio em Debate, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, realizará no MCI o encontro Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela?, em 08 de junho, às 15h.
O Sítio Lítico do Morumbi é o espaço arqueológico mais antigo encontrado na capital paulista. O sítio contém vestígios da presença de vários grupos indígenas que, durante milhares de anos, visitaram o local para uso da pedra sílex na fabricação de objetos cortantes como facas, pontas de flechas e raspadores.
Mostra de cinema
A mostra “O cinema indígena: do território à tela”, com produções do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, da Universidade de São Paulo (DIVERSITAS-USP), terá exibição e roda de conversa no MCI em 13 de junho, às 18h.
Fora do lugar (2023), Hoja sagrada (2022), Kariri-Xocó em São Paulo (2022) e La K’oa – agradecimentos para Pachamama (2022) serão os documentários exibidos. As produções contaram com a realização e parceria de comunidades indígenas.
Narração e grafismos
As aventuras de Kara’i Tukumbó será a história da edição do Programa de contação de histórias do MCI deste mês, em 15 de junho, às 10h. Neste conto aprendemos com Kara’i Tukumbó, um jovem indígena com olhos de pássaro e riso fácil, como proteger a floresta, as maravilhas da natureza e a valorização dos saberes ancestrais. A narração ficará por conta do autor da história, Djagwa Ka’agwy Kara’i Tukumbó.
Também no sábado (15/06), às 14h, o público poderá conhecer mais sobre o povo Tukano por meio dos grafismos, linhas utilizadas por povos indígenas que representam ideias, pensamentos e vivências milenares. A oficina será conduzida por Larissa Ye’padilho, jovem da etnia Tukano, da comunidade Taracuá, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Temáticas indígenas na educação
O MCI realizará o ciclo formativo em temáticas indígenas para educadores, em 22 de junho, às 10h e às 15h. As atividades, conduzidas pelos mestres de saberes, visam conscientizar e combater visões homogêneas dos povos originários nos ambientes escolares.
Cineclube TAVA
Na edição de junho, o filme Caçando capivara – Kuxakuk Xak (2009), do Coletivo de Cinema Maxakali, será exibido no MCI em 27 de junho, às 18h. O documentário mostra o grupo de moradores da Aldeia Vila Nova, em Minas Gerais, durante a caça da capivara e os rituais por trás da prática.
Após a projeção, o público poderá participar de um bate-papo com os indígenas, José Antoninho Maxakali e Dona Célia Maxakali.
Comemorações
Para iniciar a programação especial de celebrações dos dois anos do MCI, a instituição receberá o Instituto Socioambiental (ISA) para o lançamento do Mapa interativo, povos e terras indígenas no Brasil, em 29 de junho, às 10h. O catálogo ficará disponível em um totem no Museu e contará com informações sobre povos e territórios de todas as regiões brasileiras.
Após o lançamento haverá uma roda de conversa sobre Povos indígenas no mapa, que abordará a presença, lutas e disputas enfrentadas pelas comunidades originárias até hoje. Participarão Sonia Ara Mirim e Maru Huni Kuin, mestres de saberes do MCI; integrantes do Conselho Indígena Aty Mirim; e Luma Prado, historiadora e analista de relações interinstitucionais no ISA.
Também como parte da programação especial, na área externa do MCI, o público poderá conhecer diferentes artes manuais e conhecimentos tradicionais sobre a fabricação de artefatos na Feira de Artesanato Indígena, a partir das 9h. Artesãos de diferentes regiões do Estado de São Paulo vão expor e comercializar peças em madeira, sementes e penas.
Para completar a comemoração, cantos sagrados Guarani e canções Mborae’i serão apresentados pelo Coral Kalipety – Tekoa Kalipety, às 12h. Já às 15h, o grupo Tapê Porã, da Aldeia Tereguá, apresentará a dança da chuva (Putú-Putú) e a dança do bate-pau (Dança da Ema ou Kihixoti-Kipaé).
SERVIÇOS
Socio biodiversidade e territórios indígenas: a sustentabilidade em questão
Data: 05/06/2024
Encontro 1: Fortalecimento de Articulações e Redes Sustentáveis
Horário: das 10h às 12h
Encontro 2: Consequências da Injustiça e Racismo Ambiental para a Sociobiodiversidade
Horário: das 15h às 17h
Patrimônio em Debate | Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela?
Data e horário: 08/06/2024, às 15h
Mostra “O Cinema Indígena: do território à tela”
Data e horário: 13/06/2024, às 18h
Contação de Histórias MCI: As Aventuras de Kara’i Tukumbó, com Djagwa Ka’agwy Kara’i Tukumbó
Data e horário: 15/06/2024, às 10h
Oficina de Grafismos, com Larissa Tukano
Data e horário: 15/06/2024, às 14h
Encontro com Educadores: Temáticas Indígenas na educação
Data e horários: 22/06/2024 | turma 1, das 10h às 12h; e turma 2, das 15h às 17h
Cineclube TAVA: Caçando Capivara – Kuxakuk Xak
Data e horário: 27/06/2024, às 18h
Celebrações: aniversário do MCI
Data e horário: 29/06/2024, das 9h às 20h
Todas as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida em gestão compartilhada pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim, composto por lideranças de diversos povos indígenas do Estado de São Paulo, que conciliam interesses e visões de diferentes povos e comunidades.
