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Projeto Testemunhos da Escravatura. Memória africana, acontece em Lisboa

Colaborando com a RAIZ

Testemunhos da Escravatura. Memória africana é o título do projeto da autoria do Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa. Mais de 200 peças e documentos de 42 instituições de Lisboa, que testemunham 400 anos de tráfico de escravos, vão ser expostos a partir deste sábado no âmbito da Lisboa 2017 – Capital Ibero-americana de Cultura.

A apresentação inclui o lançamento do site testemunhosdaescravatura.pt, uma visita à mostra Prisão para Escravos, no Museu Nacional de Etnologia, e a inauguração da exposição Um Museu. Tantas Colecções!, no Museu Nacional de Arqueologia.

O ponto de partida do projeto, com curadoria de Anabela Valente e Ana Cristina Leite, foram dois eixos programáticos de Lisboa 2017, Capital Ibero-americana de Cultura – afrodescendentes e migrações –, as memórias da escravatura existentes nos equipamentos culturais de Lisboa e o seu tratamento enquanto testemunho dessa realidade. Nesse sentido, o Gabinete de Estudos Olisiponenses contactou instituições da capital com peças e documentos relacionados com a escravatura, que agora vão ser exibidos em exposições.

O tráfico, o combate e a abolição da escravatura, as questões econômicas, as vivências e os quotidianos do escravo, o racismo, a legislação, tradições culturais e religiosas, e a iconografia do africano vão ser alguns dos temas tratados nas exposições.

O projeto distribui-se por arquivos, bibliotecas, museus e outras instituições, incluindo três exposições: Marquês de Sá da Bandeira: o antiesclavagista, na Academia Militar; Um Museu. Tantas Colecções!, no Museu Nacional de Arqueologia; e Tráfico, Consciencialização e Combate, na Biblioteca Central da Marinha – Arquivo Histórico/Junqueira e Jerónimos.

Haverá ainda um conjunto de 30 locais com peças e documentos em destaque na exposição permanente ou mostras documentais, e também nove instituições com disponibilização de elementos online, nomeadamente o Arquivo Histórico do Tribunal de Contas.

No século XV, Portugal iniciou aquilo a que podemos chamar de tráfico de escravos a nível mundial. Se é verdade que no nosso território se praticava a escravatura desde sempre, também é verdade que é nesta altura que se inicia o comércio em larga escala e o seu desvio para o Atlântico. Os negros, capturados e depois comprados em África, serviam às tradições escravistas da Europa, mas eram sobretudo mão de obra necessária para a exploração das riquezas dos novos mundos descobertos.

Portugal foi um país escravagista por mais de quatro séculos. Os portugueses, conjuntamente com os ingleses, franceses, espanhóis, holandeses (e mais brasileiros e norte-americanos), dominaram o tráfico negreiro, transportando um número que se calcula de cerca de 10 a 12 milhões de africanos para a Europa e América. Alterando radicalmente o desenvolvimento futuro dessas regiões.

O projeto resgata com magnitude, amplitude e diversidade o percurso dessa triste história da humanidade.

 

A programação do projeto abaixo nas imagens:

   

 

(Imagens e Fotos Divulgação e no site do projeto citado acima na matéria)

 

 

Colaborando com a RAIZ