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Mostra “Oju – roda SESC de cinemas negros” em segunda edição

Colaborando com a RAIZ

A programação acontece de 15 de março a 16 de abril, com sessões presenciais no CineSesc, Sesc Belenzinho, Sesc Vila Mariana, Sesc Ribeirão Preto, Sesc São José dos Campos e Sesc São José do Rio Preto, além de filmes disponíveis em streaming, gratuitamente para todo o país, na plataforma Sesc Digital.

No CineSesc, a mostra acontece de 15 a 22 de março, com mais de 50 títulos, além de debates e sessões especiais. Nas demais unidades também ocorrem exibições, cursos e encontros com profissionais do cinema.

De 15 de março a 16 de abril de 2023, o Sesc São Paulo realiza a segunda edição da “OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros”, ofertando ao público uma seleção de filmes realizados por cineastas negras e negros. Com sessões presenciais no CineSesc (15 a 22/03), filmes disponíveis na plataforma Sesc Digital, exibições e atividades em várias unidades do Sesc na capital e interior paulista (até 16/04), a mostra se dedica a ressaltar a diversidade de criadoras e criadores brasileiros e a importância histórica do audiovisual em sua potência poética e política para a descolonização do olhar.

Do Yorubá, “ojú” significa “olho” e o cinema se inicia pelo olhar, sensibilizado pela luz da projeção. Para o Sesc, a ideia de uma roda de cinema aproxima os sujeitos para juntos compartilharem histórias, se identificarem e, em coletividade, construírem as narrativas. Com esse propósito, a mostra busca envolvimento do público na roda e fomenta o movimento de pensamentos. Ao ressaltar a produção audiovisual negra, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros pretende destacar a importância do fazer coletivo, respeitando a singularidade de diferentes sujeitos, corpos e formas de contar histórias.

A mostra deste ano exibe uma programação com 57 títulos, entre curtas, médias e longas-metragens nacionais, produzidos majoritariamente entre 2021 e 2022. Além de debates, cursos e oficinas gratuitas, com objetivo de ampliar a difusão e o acesso a diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais.

Dirigido por Sérgio de Carvalho, “Noites Alienígenas”, grande vencedor do Festival de Gramado, é um dos destaques da mostra, no CineSesc

Inédito, o filme “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, abre a OJU em uma sessão especial no Cinesesc, no dia 15/3, às 20h. No filme, a cineasta mescla ficção e imagens de arquivo de Ruth de Souza em uma homenagem à primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal e primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, no Festival de Veneza, em 1954, pela atuação no filme “Sinhá Moça”. Juliana Vicente também assina outro destaque da programação, “Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”. Exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e aclamado pelo público e crítica, o documentário mostra a origem e a ascensão do grupo mais influente do rap nacional, formado por Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock. O filme traz cenas inéditas gravadas ao longo dos mais de 30 anos de carreira, com entrevistas exclusivas, e reforça o impacto e o legado dos músicos, desde os primeiros shows nas ruas de São Paulo.

Frame do filme Kalunga Maior de Thiago Costa - Divulgação
Frame do filme Kalunga Maior de Thiago Costa – Divulgação

Outro destaque da mostra é o filme acreano “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho, grande vencedor do 50º Festival de Gramado, em 2022, com os prêmios de Melhor Filme, Melhor Filme segundo a Crítica, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante e Menção Honrosa do Júri. O longa apresenta uma Amazônia urbana, onde a ancestralidade dos povos tradicionais resiste frente à contemporaneidade que parece negar a floresta. Na periferia de Rio Branco, no Acre, as vidas de três jovens amigos de infância se entrelaçam e, por fim, encontram-se em uma tragédia comum, em uma sociedade em transformação e impactada de forma violenta com a chegada do crime organizado do sudeste do Brasil.

Premiado também em Gramado, entre outros festivais nacionais e internacionais, e selecionado para representar o Brasil na disputa pela vaga de Melhor Filme Internacional no Oscar 2023, “Marte Um”, de Gabriel Martins, é mais uma oportunidade para o público paulistano se emocionar e assistir na tela grande a história de uma família negra de classe média baixa dos arredores de Belo Horizonte. Entre trabalhos, utopias, sonhos, amores e traumas, os Martins tentam seguir vivendo num Brasil em mudanças.

Na seleção de curtas-metragens, destaque para “Nossa Mãe era Atriz”, do premiado André Novais, diretor de “Temporada” e “Ela Volta na Quinta”, que desta vez rememora e homenageia sua mãe, Maria José Novais Oliveira. Mulher negra, moradora da periferia de Contagem, já nos seus 60 anos se tornou atriz de cinema, com uma carreira premiada no Brasil e exterior.

Frame da animação Ewe Osanyin de Pâmela Peregrino - Divulgação
Frame da animação Ewe Osanyin de Pâmela Peregrino – Divulgação

Exibido na Mostra Tiradentes, “Mutirão: O Filme”, dirigido por Lincoln Péricles, trata da luta popular pela moradia no Capão Redondo, São Paulo, e o papel determinante das mulheres. Conduzido pela narração de uma criança, o filme recupera documentos sobre a organização dos mutirões na Cohab Adventista. Já, “Brankura”, curta experimental de Thamyra Thâmara, atravessa colagens, imagens de arquivo e performance com o desejo de colocar o branco em cena como objeto de análise do negro.

No CineSesc, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros contará com 24 sessões presenciais, com venda de ingressos pelo site sescsp.org.br/cinesesc e na bilheteria do cinema. A plataforma Sesc Digital recebe 10 obras contemporâneas que dialogam com o legado histórico do cineasta Zózimo Bulbul (1937-2013). Os filmes poderão ser assistidos gratuitamente pelo público de todo o Brasil, pelo site sescsp.org.br/oju. Ao ampliar a difusão e o acesso à diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais, a mostra procura expandir reflexões transversais e estruturais de nossa sociedade.

Os debates, cursos e oficinas acontecem em várias unidades do Sesc e serão gratuitos. Os encontros propõem uma troca entre o público e profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, com o objetivo de debater temáticas presentes no cinema que pensa a diversidade. No CineSesc, os debates serão realizados após a exibição dos filmes “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato, “Raízes”, de Simone Nascimento e Well Amorim, “Marte Um”, de Gabriel Martins, “Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”, de Juliana Vicente, e “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho. A Roda de Conversa, no Sesc São José dos Campos, trará o tema Racismo Estrutural no Audiovisual, com a presença do Grupo Komunga, cujo trabalho une música eletrônica, audiovisual e performance, e da crítica de cinema Viviane Pistache. O Sesc Ribeirão Preto realizará o curso Cinemas Negros – Narrativas Decoloniais, com a jornalista e pesquisadora, doutoranda e mestra em Meios e Processos Audiovisuais Mariana Queen Nwabasili. Já o Sesc Vila Mariana oferecerá o bate-papo Narrativas Negras Infantojuvenis, com a pesquisadora e cenógrafa Pâmela Pelegrino, a dramaturga e roteirista Maria Shu, e a cineasta Thais Scabio. Confira datas e horários na programação.

Frame do filme À beira do planeta mainha soprou a gente de Bruna Barros e Bruna Castro - Divulgação
Frame do filme À beira do planeta mainha soprou a gente de Bruna Barros e Bruna Castro – Divulgação

OJU – RODA SESC DE CINEMAS NEGROS

Confira a programação completa em sescsp.org.br/cinemasnegros

De 15/3 a 16/4

(fotos Divulgação)

Frame do filme Você já tentou olhar nos meus olhos de Tiago Felipe
Frame do filme Você já tentou olhar nos meus olhos de Tiago Felipe – Divulgação

Colaborando com a RAIZ