Filme ‘Anhangabaú’ une os indígenas Guarani e o Teatro Oficina
As construções simbólicas de uma cidade em disputa. A comunidade indígena Guarani Mbya se une a Ocupação Ouvidor 63, a maior ocupação artística da américa latina e ao grupo Teatro Oficina. Este é o tema de “Anhangabaú”, longa documental de Lufe Bollini.
“Anhangabaú” levou o prêmio de melhor documentário do 51º Festival de Cinema de Gramado, prêmio de melhor filme da crítica no Festival de Cinema de Balneário Camboriú, e melhor montagem no Festival de Cinema da Fronteira.
Seu realizador descreve a obra como “um cinema de desejo sobre histórias de luta que são da maior importância para a cidade de São Paulo e, consequentemente, para o tipo de civilização que queremos para o futuro”. Lufe também assina a montagem e música original em conjunto com Gustavo Foppa e Carlos Tupy.
Ao longo de sua duração, o documentário estabelece pontes entre os conflitos pelo território indígena Guarani Mbya com a resistência da ocupação artística, e o Teatro Oficina.
Rodado entre 2014 e 2020 na capital paulista, o filme traz várias camadas narrativas inspiradas pelo antropólogo e arquiteto italiano Massimo Canevacci em seu livro “A Cidade Polifônica” (1993). Com essa referência, o doc traz à tela uma cidade que só pode ser compreendida através da sobreposição de acontecimentos. Somados, estes podem traduzir um pouco da incessante disputa de territórios entre o capital especulativo e as comunidades que estão à margem da sociedade de consumo.
Entre os personagens do documentário estão Zé Celso Martinez Corrêa (1937-2023), fundador do Teatro Oficina, e a artista musical Verónica Valenttino. O filme tem roteiro de André Luís Garcia, produção executiva de Denis Feijão e Rafael Avancini, que também assina a fotografia.
O filme também teve a mentoria de montagem de Jordana Berg no DocSP. “Anhangabaú” tem produção da Elixir Entretenimento, Kino-Cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes.
O longa ganha uma master class, ministrada pelo diretor, o produtor e diretor de fotografia Rafael Avancini, sobre o processo criativo e a relação dos personagens com a cidade, na CAIXA Cultural (Praça da Sé, 111).
No mesmo local acontece a pré-estreia de “Anhangabaú”. A exibição integra o ciclo comemorativo aos 471 anos da cidade de São Paulo. A entrada é franca.
Serviço
Masterclass: Um olhar sobre o Anhangabaú
Quando: 24 de janeiro de 2025 (sexta-feira), às 15h
- A entrada é gratuita e a inscrição para o evento pode ser feita no site da CAIXA Cultural ou então link: forms.office.com/r/75ytuBW7km
Duração: 120 min | Classificação: A partir de 16 anos
Cine CAIXA: Exibição do filme “Anhangabaú”
Quando: 25 de janeiro de 2025 (sábado), às 15h
- A entrada é gratuita e a inscrição para o evento pode ser feita no site da CAIXA Cultural ou então link: forms.office.com/r/zDUN4QqJYK
Duração: 90 min | Classificação: A partir de 16 anos
Onde: Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 – Centro Histórico / SP
Quanto: Entrada franca
Ficha Técnica
Produzido por: Elixir Entretenimento, Kino-cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes
Direção: Lufe Bollini
Roteiro: André Luís Garcia
Direção de Fotografia: Rafael Avancini
Personagens Principais: Valter Machado, Zé Celso Martinez Corrêa, Verónica Valenttino, Persie Oliveira, Ara Mirim, Camila Mota e Fernanda Taddei
Produção Executiva: Denis Feijão e Rafael Avancini
Trilha Musical: Comunidade Guarani Mbya, Teatro Oficina Uzyna Uzona, Jonnata Doll e os Garotos Solventes, Teto Preto, Groupies do Papa, Lucifer Kabra
Trilha Original: Lufe Bollini, Gustavo Foppa e Carlos Tupy
Montagem: Lufe Bollini
Cor: Aline Biz
Desenho de Som: Gustavo Foppa
Design: Leo Lage
Mixagem de som: Raul Jooken
Masterização e DCP: Luis Totem
Sobre Lufe Bollini – Diretor
Lufe Bollini é um artista porto-alegrense. Seu primeiro curta “Os Boçais” ganhou prêmio de melhor curta universitário de ficção no Gramado Cine Vídeo em 2009. Em Porto Alegre também realizou o curta “Confissões de Um Ex-Astro Mirim”. Desde 2014 em São Paulo, realizou curtas-metragens documentais e ensaísticos da cena artística do centro da cidade. “Fantasma da Saudade no Vale da Morte” Ganhou prêmios no Lisbon International Film Festival, No We Love Paris Film Festival e no Festival Internacional de Cinema da Fronteira em 2016. Seu curta “Yomared” foi premiado em três categorias do Festival de Gramado, no Festival de Cinema da Fronteira e foi eleito como segundo melhor curta gaúcho de 2017 pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.