CanaisCinemaLançamentosSustentabilidade

Museu/Funai realiza Mostra de Cinema Ambiental (FICA) 2024 em Goiânia (GO)

Colaborando com a RAIZ

O Centro Audiovisual (CAud), unidade do Museu/ Funai localizada em Goiânia, vai realizar uma Mostra de Filmes do FICA 2024, de 3 de abril e a 5 de junho, sempre às quintas-feiras. Serão exibidos 11 filmes participantes do festival, com entrada franca.

As mostras do FICA exibem um recorte do que há de mais novo e relevante em filmes que tratam da relação entre ser humano e natureza. A 25ª edição do festival, realizada 11 a 16 de junho de 2024, contou com apoio do Museu/Funai e foi a primeira a apresentar uma Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais.

A seleção que será exibida no CAud conta com cinco produções com temática indígena:

Floresta – Um Jardim que a Gente Cultiva” revela um novo olhar sobre as relações entre floresta e povos indígenas e seu papel fundamental no combate à crise climática para a garantia da nossa própria existência;
Bibiru: Kaikuxi Panena” conta a história de Bibiru, cachorro que ficou sem sorte na caçada, e a tentativa de seu dono, Waranaré Wayana, de curá-lo para voltarem a caçar juntos;
Patxohã: linguagem de um povo guerreiro” aborda a luta do Povo Pataxó para revitalizar sua cultura e língua, o Patxohã;
Línguas da floresta” faz uma imersão na diversidade cultural amazônica através da história, das vivências e contradições de homens e mulheres que se dedicaram ao estudo das línguas dos povos indígenas dessa imensa região, com destaque para o município de São Gabriel da Cachoeira;
De Longe Toda Serra é Azul” apresenta a narrativa do indigenista Fernando Schiavini sobre sua experiência. Ele revisita lugares e aldeias por onde passou na década de 70, época em que pouco se conhecia sobre o chamado “Brasil profundo”.

O festival é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE), da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Nos dias 03 e 17 de abril, 15 e 29 de maio, serão exibidos seis filmes: Consumidos; Big Bang Henda; Floresta – Um Jardim que a Gente Cultiva; Bibiru: Kaikuxi Panena; The Water Manifesto: Osun e Little Baluches.

Já nas quintas-feiras alternadas, dias 10 e 24 de abril e 8 e 22 de maio e 5 de junho, estão programados cinco filmes: Patxohã: linguagem de um povo guerreiro; Itu Ninu; Línguas da Floresta; Utopia Tropical e De Longe Toda Serra é Azul.

Os ingressos são gratuitos e serão disponibilizados via Sympla.

Centro Audiovisual (CAud), Mostra de Filmes do FICA 2024
Reprodução do website Museu do Índio.

Veja a programação completa:

BLOCO 1

Os filmes do BLOCO 1 serão exibidos nas seguintes datas:
03/04/2025 – 17/04/2025 – 15/05/2025 – 29/05/2025

Consumidos, 15 min
2024, Brasil, Animação. Lázaro anseia pelo prazer de comer num futuro onde a comida é um artigo de luxo e a maioria da população se alimenta de comprimidos.
Direção: Caco Pereira
14h

Big Bang Henda, 22 min
2023, Portugal, Documentário. Derrubar estátuas e símbolos, construir novas memórias, enquadrar a paisagem destruída, escrever cartas ao futuro, inverter dinâmicas de poder: Big Bang Henda é um documentário-poesia-manifesto sobre a obra do artista angolano Kiluanji Kia Henda. Ele nos leva numa viagem através das suas criações e reflexões, que estão na vanguarda do pensamento anticolonial, instando-nos a considerar como as gerações que cresceram durante ou após a guerra reinterpretam esse acontecimento.
Direção: Fernanda Polacow
14h30

Floresta – Um Jardim que a Gente Cultiva, 42 min
2023, Brasil, Documentário. O que tem a ver a vida das cidades com a vida dos indígenas? A luta pelo território é uma luta ultrapassada? É uma luta primitiva? É uma luta para voltar ao passado? Floresta – Um Jardim que a Gente Cultiva revela um novo olhar sobre as relações entre floresta e povos indígenas e seu papel fundamental no combate à crise climática para a garantia da nossa própria existência.
Mari Corrêa
15h

Bibiru: Kaikuxi Panena, 60 min
2023, Brasil, Documentário. A história de Bibiru, um kaikuxi (cachorro) que ficou panena, sem sorte na caçada, e a tentativa de cura do seu dono Waranaré Wayana, para voltarem a caçar juntos. Numa intensa caçada, jovens aprendem sobre a origem dos cachorros ancestrais e os cuidados que devem continuar tomando ao caçar em seu território. Reflexões indígenas sobre as relações entre humanos e não-humanos ajudam a iluminar as próprias interações que os não-indígenas estabelecem com os animais dos quais se alimentam. Todas as imagens foram realizadas por jovens Wayana e Apalai, que aprendiam a filmar pela primeira vez na aldeia Bona (PA).
Direção: Latsu Apalai, André Lopes
16h

The Water Manifesto: Osun, 51 min
2022, Nigéria, Documentário. Este documentário expositivo investiga o mundo da mineração não regulamentada de ouro no estado de Osun, que causou a poluição do rio Osun e afetou o meio ambiente e os meios de subsistência de milhões de pessoas. Esta é uma jornada para descobrir todo um ecossistema de ganância e corrupção que coloca as gerações futuras em risco.
Direção: Anuoluwapo Adelakun
17h10

Little Baluches, 62 min
2024, Irã, Documentário. ShirAbad é um bairro no subúrbio da cidade de Zahedan, na província de Sistão-Baluchistão, no Irã, onde a população espera um futuro melhor, apesar de suas privações. Neste filme, tentamos retratar crianças cujos corações batem por um futuro brilhante.
Direção: Raya Nasiri
18h15

BLOCO 2

Os filmes do BLOCO 2 serão exibidos nas seguintes datas:
10/04/2025 – 24/04/2025 – 08/05/2025 – 22/05/2025 – 05/06/2025

Patxohã, 42 min
2019, Brasil, Documentário. Os Pataxós, habitantes do sul da Bahia e norte de Minas, revitalizam sua cultura e língua, o Pathoã. Livres para expressar tradições, mantêm rituais ancestrais, simbolizando resistência e perseverança cultural.
Direção: Elber Xavier
13h

Itu Ninu, 72 min
2023, México, Experimental. No futuro não tão distante de 2084, Ángel encontra-se preso como um migrante climático numa cidade inteligente não especificada, sob vigilância constante. Em meio a uma existência sombria e opressiva, Ángel ganha a vida cultivando plantas, preservando a sabedoria murcha das sementes. Nessa paisagem desolada, ele cruza o caminho de Sofia, outra migrante climática que trabalha numa instalação de reciclagem. O destino entrelaça suas vidas quando um encontro casual revela uma conexão inesperada: uma linguagem compartilhada. Alimentando o desejo de Ángel por conexão humana e um vislumbre de esperança, ele estende a mão para Sofia. Ciente do onipresente monitoramento digital, Ángel decide comunicar-se com ela através do meio atemporal da caneta e do papel, promovendo um vínculo íntimo e clandestino. À medida que a sua correspondência secreta se desenrola, cresce uma amizade entre Ángel e Sofia, assim como o seu desejo de libertação do controle excessivo.
Direção: Itandehui Jansen
14h

Línguas da Floresta, 76 min
2023, Brasil, Documentário. Línguas da Floresta faz uma imersão na diversidade cultural amazônica através da história, das vivências e contradições de homens e mulheres que se dedicaram ao estudo das línguas dos povos originários dessa imensa região do planeta. O filme destaca a experiência acumulada no Alto Rio Negro, principalmente no município de São Gabriel da Cachoeira. Além dos seus mais de 100 mil km2, o município possui uma das maiores concentrações de idiomas do planeta: são 18 etnias se comunicando por meio de quatro grandes famílias linguísticas ramificadas em duas dezenas de idiomas, como seu grande rio que vem esgalhado desde as remotas cabeceiras, abrindo caminhos numa floresta grandiosa e diversa. Se no começo foram os colonizadores e comerciantes que lá aportaram procurando compreender as línguas faladas no Alto Rio Negro para poder explorar o trabalho indígena, as missões católicas e evangélicas que seguiram tinham apenas a catequese como objetivo final, mesmo à custa do desaparecimento da cultura de muitos desses povos. Nessa região, podemos experienciar a história da colonização do Brasil. Na chegada dos colonizadores, viviam nessas terras 1.500 nações linguísticas, hoje, sobraram em torno de 150 línguas indígenas faladas no território Brasil. O filme mostra a herança Guarani da grande São Paulo, as pesquisas do Museu Goeldi, as trágicas perdas com o incêndio do Museu Nacional, a importante iniciativa da construção do Museu do Índio, hoje Museu dos Povos Indígenas, na então capital do Brasil. Línguas da Floresta homenageia o importante trabalho dos linguistas e instituições que se dedicam a estudar e proteger esse importante patrimônio humano, nossa língua, base de nossa identidade.
Direção: Juliana de Carvalho, Vicente Ferraz
15h30

Utopia Tropical, 77 min
2023, Brasil, Animação/Documentário. Utopia Tropical é um documentário que convida à reflexão sobre as questões políticas, sociais e econômicas que moldaram a América Latina. Por vezes tratados como ocupantes algo indisciplinados do quintal norte-americano, os povos da América Latina e particularmente do Brasil têm aqui sua proposta civilizacional e sua luta de independência contadas pelo linguista e analista político norte-americano Noam Chomsky e pelo diplomata brasileiro Celso Amorim. Ao mesmo tempo, personagens, testemunhas e analistas de quase um século de história, Chomsky e Amorim jogam luz sobre acontecimentos chave dessa caminhada e buscam as frestas que apontam para uma América Latina mais justa e plural. “A história não se repete, mas às vezes rima”, Mark Twain.
Direção: João Amorim
17h

De Longe Toda Serra é Azul, 85 min
2023, Brasil, Documentário. O indigenista Fernando Schiavini revisita lugares e aldeias por onde passou na década de 70, época em que pouco se conhecia sobre o “Brasil profundo”. A história do indigenismo brasileiro narrada por quem a viveu e ajudou a escrevê-la a partir da linguagem da solidariedade.
Direção: Neto Borges
18h30

Colaborando com a RAIZ