O samba paulista de Adoniram Barbosa em novo lançamento
Adoniran Barbosa cantando seus maiores sucessos e músicas ainda não tão conhecidas em registro histórico pelo Selo Sesc.
Foi em uma manhã de domingo do dia 20 de janeiro de 1980 no Teatro Pixinguinha, Sesc Consolação que o registro de Adoniran é agora promovido no 4º lançamento do Relicário, projeto que resgata áudios de shows realizados em unidades do Sesc em São Paulo nas décadas de 1970, 1980 e 1990, remasterizados e formatados como álbuns digitais, o Selo Sesc.
O lançamento de Relicário: Adoniran Barbosa (ao vivo no Sesc 1980) será no dia 5 de dezembro nas plataformas digitais e no Sesc Digital.
Com onze faixas, o disco Relicário: Adoniran Barbosa (ao vivo no Sesc 1980) apresenta o sambista de linguagem popular paulistana acompanhado do Conjunto Talismã, cantando músicas que contam a passagem do tempo em São Paulo e seus personagens, sempre com saudosismo e muito bom humor.
Das clássicas “Um samba no Bixiga”, “Iracema”, “As Mariposas”, “Saudosa Maloca”, “Samba do Arnesto” e “Trem das Onze” a outras como “Viaduto Santa Efigênia” e “Uma Simples Margarida” (dois sambas da década de 1970 que fazem referência à construção do metrô), “Já Fui Uma Brasa”, “Senta Senta” e “Vai da Valsa” – composição de 1953 que não chegou a ser gravada em disco ao longo da carreira de quase 50 anos e que agora ganha registro definitivo.
Como escreve a jornalista Kamille Viola no texto de apresentação do trabalho, o cronista de São Paulo Adoniran Barbosa descreve com maestria uma cidade que foi desaparecendo diante de seus olhos. “Um compêndio emblemático de canções do filho de imigrantes italianos que conseguiu captar o espírito de São Paulo e seus tipos como ninguém. A cidade retratada em suas músicas era a que ficou invisível quando a metrópole entrou no processo de modernização, tendo como personagens os trabalhadores, as pessoas comuns que ajudaram a construir a locomotiva, mas nunca tiveram a devida visibilidade nesse processo”.
As peripécias do cantor, compositor, ator e radioator que popularizou “o jeito certo de falar errado” podem ser conferidas ainda no texto do pesquisador Tomás Bastian, que trata da obra e carreira de Adoniran em retrospectiva a partir do repertório apresentado no show. Nele, Bastian escreve: “Adoniran Barbosa, ele mesmo um personagem que João Rubinato incorpora em sua vida cotidiana, é antes de tudo um palhaço, que conduz suas apresentações sempre de maneira muito espirituosa e com o domínio completo sobre o público. Neste Relicário, por exemplo, desde o início Adoniran estabelece um jogo de pergunta e resposta com a eufórica plateia (“Cada vez que eu falá ‘muito obrigado’, cêis falam ‘não tem de quê!’, tá bom?”).
Toda essa atmosfera poderá ser conferida pelo público no show de lançamento deste registro em uma apresentação no dia 12 de dezembro no recém inaugurado Sesc 14 Bis, no bairro do Bexiga, conduzida por Wandi Doratiotto e Marisa Orth acompanhados de cinco instrumentistas.
Viva Adoniran Barbosa!
Mais de Adoniran Barbosa
Em 1980, Adoniran Barbosa (nascido João Rubinato), comemorava seus 70 anos, com direito a um dia de festa que começou com missa na Igreja Nossa Senhora Achiropita, padroeira do Bexiga, e terminou com um show em uma praça no bairro, reduto da colônia italiana da cidade. Nesse mesmo ano, ele também lançou o álbum Adoniran Barbosa, o terceiro em quase cinquenta anos de carreira, com participação de nomes como Carlinhos Vergueiro, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Djavan, Elis Regina, Gonzaguinha, MPB 4 e Roberto Ribeiro.
Músicas do Álbum Relicário: Adoniran Barbosa (ao vivo no Sesc 1980)
01 – Já Fui Uma Brasa
02 – As Mariposas
03 – Samba do Arnesto
04 – Um Samba no Bixiga
05 – Iracema
06 – Uma Simples Margarida
07 – Senta Senta
08 – Vai da Valsa
09 – Viaduto Santa Efigênia
10 – Saudosa Maloca
11 – Trem das Onze
Gravado em 20 de janeiro de 1980 no Teatro Pixinguinha, Sesc Consolação Masterização por Gustavo Lenza.
SOBRE RELICÁRIO
Relicário é um projeto do Selo Sesc de resgate dos áudios de shows históricos realizados em unidades do Sesc em São Paulo nas décadas de 1970, 1980 e 1990, remasterizados e formatados como álbuns digitais. A série também oferece o contexto histórico de cada registro, através de textos, vídeos, fotografias e material iconográfico com folhetos, cartazes e notícias jornalísticas veiculadas na época, que poderão ser acessados pelo público, de forma gratuita no site sescsp.org.br/relicario.
A estreia do projeto aconteceu em abril com o álbum Relicário: João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998). Em junho foi a vez do álbum digital Relicário: Zélia Duncan (ao vivo no Sesc 1997), e em agosto Relicário: João Bosco (ao vivo no Sesc 1978).
SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba mais em: https://portal.sescsp.org.br
SERVIÇO
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