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Os espíritos da floresta se banham na Exposição Nhe’ẽry

Colaborando com a RAIZ

O Museu das Culturas Indígenas traz a Mata Atlântica para o centro de São Paulo na Exposição Nhe’ẽry: onde os espíritos se banham

A Nhe’ẽ ry é base de existência e resistência dos povos indígenas que nela habitam, pois é na floresta que estão os remédios que curam e a verdadeira escola: a transmissão dos saberes e dos fazeres ancestrais. Ela tem uma grande importância, pois segura o solo, nos fornece água e alimento. Os grandes espíritos estão em suas folhas e raízes. A cada folha que cai, outra nasce como uma criança, e assim se forma toda a vida dentro da floresta.

Nhe’ẽ ry é uma forma de entender a dimensão da floresta. Na concepção guarani, o Yvy Marae’ỹ, pode ser traduzida como “onde os espíritos se banham” integrando o mundo cosmológico para se ter uma leveza espiritual e uma vida eterna.

Exposição Nhe’ẽry
Divulgação

Esta exposição busca trazer a visão dos espíritos que habitam a floresta. Cada ser vegetal, animal e mineral possui sua profunda Sabedoria. Os espíritos guardiões de tudo que nela habita estão conectados com os povos originários que brotam da Nhe’ẽ ry.

Na Mata Atlântica, que representa 0,8% da superfície terrestre dom planeta, vivem mais de 5% de vertebrados do mundo. Sua flora é composta por mais de 15.700 espécies vegetais, o que corresponde a 5% da flora mundial.


Como destaque a exposição ouve as vozes de cinco guardiãs dos povos Guarani Mbya, Tupi Guarani, Maxakali, Krenak e Pataxó.

GUARANI MBYA

Maria Arapoty é uma das lideranças femininas Guarani Mbya da Terra Indígena Jaraguá que lutam há muitos anos pelo fortalecimento de sua cultura e seu povo, e pela defesa de seu território. O povo Guarani Mbya vive e circula numa rede de aldeias que atravessa as fronteiras entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No Brasil, os Mbya têm uma forte presença no litoral e serras costeiras das regiões Sul e Sudeste.

TUPI GUARANI

Catarina Delfina dos Santos Nimbopyrua vive na aldeia Tapirema, da Terra Indígena Piaçaguera. Ela foi uma das principais lideranças na retomada dessa terra. Os Tupi Guarani, identificados historicamente como parte do povo Guarani Nhandeva, vivem em aldeias ao longo de todo o litoral do Estado de São Paulo.

MAXAKALI

Sueli Maxakali é uma liderança dos Tikmũ’ũn, mais conhecidos como Maxakali, povo originário de uma região entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. É educadora, fotógrafa e realizadora audiovisual. Junto a seu companheiro Isael e algumas famílias Maxakali, criou a Aldeia Escola Floresta para fazer voltar a mata grande, os bichinhos e libertar as águas represadas.

catarina-nimbopyrua-lideranca-da-terra-indigena-piacaguera-no-litoral-de-sao-paulo-catarina apolinario - UOL - Divulgação
Catarina Nimbopyrua liderança da Terra Índigena Piacaguera no litoral de São Paulo – foto de Catarina Apolinário – UOL – Divulgação

A Mata Atlântica em números

+15.700 espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas
2.208 espécies de vertebrados registrados pela ciência
298 espécies mamíferos
992 espécies aves
200 espécies répteis
370 espécies anfíbios
350 espécies peixes

Mata Atlântica - Museu das Culturas Indígenas
Divulgação

Fatores de ameaça à Mata Atlântica

Impacto ambiental causado pelos mais de 145 milhões de brasileiros que abrigam a sua área
Desmatamentos sucessivos: No passado pelos ciclos econômicos como o da cana-de-açúcar, café e ouro.
Desmatamentos atuais: No presente, pelas
o atividades agropecuárias
o exploração da madeira
o industrialização
o expansão urbana desordenada
o consumo excessivo: lixo e poluição

73% das áreas devastadas no último ano localizam-se em propriedades privadas
A Mata Atlântica é o bioma com maior número de espécies ameaçadas.

Veja abaixo alguns animais da Mata Atlântica em risco de extinção:

Muriqui-do-sul:considerado: o maior primata das Américas, conta hoje com apenas cerca de 1.200 indivíduos na natureza. Vive exclusivamente na Mata Atlântica e é considerado um importante dispersor de sementes. Tem o rosto negro.
Muriqui-do-norte: também vive exclusivamente na Mata Atlântica. Diferencia-se da espécie irmã (muriqui-do-sul) apenas pela presença de manchas claras no rosto.
Cachorro-vinagre: considerado “criticamente em perigo” na Mata Atlântica, esse animal se alimenta principalmente de tatus, mas pode abater presas maiores.
Queixada: é o maior porco selvagem das Américas. Também consta da lista dos animais “criticamente em perigo” na Mata Atlântica.
Onça-pintada: é o maior felino das Américas e está na lista dos animais “criticamente em perigo”. Tem a mordida mais forte dentre todos os felinos, incluindo os leões.
Anta: é o maior mamífero terrestre do Brasil. Já está extinta na Caatinga e na Mata Atlântica do Nordeste.
Mico-leão-dourado: conhecido popularmente como mico-leão, é outra espécie que corre grave risco de extinção. Vive exclusivamente na Mata Atlântica brasileira e estima-se que existam hoje cerca de 1.000 indivíduos em liberdade, graças aos esforços para reprodução da espécie em cativeiro. O pequeno animal, característico pela pelagem que varia do dourado para o alaranjado, é uma das principais bandeiras de conservação da Mata Atlântica.


Museu das Culturas Indígenas
Divulgação

SERVIÇO

Museu das Culturas Indígenas

Endereço: R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo/SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h (quinta-feira até às 20h)
Entrada: https://bileto.sympla.com.br/event/74784
Contato: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

Colaborando com a RAIZ