Raízes africanas em festival musical online
Festival Malungo celebra as raízes africanas na música popular brasileira com sete shows online.
O Festival Malungo – 2ª Edição chega ao público em formato online para homenagear cultura negra com shows gravados e produzidos em vídeo. Sete artistas / grupos representativos da música negra compõem a mostra.
Entre os dias 25 e 31 de março, será disponibilizado um espetáculo a cada dia, a partir das 21h, no canal Youtube.com/PordoSomCultural. São eles, respectivamente: Clarianas(Xirê), Luana Bayô (Abebé), Aloysio Letra (Instantes), Kennya Macedo (Caminhos), Conjunto Picafumo e Convidados (Também Sou Madeira, homenagem à Toinho Melodia), Raquel Tobias (Recordações) e Tião Carvalho (Tião e Sua Gente).
O Festival Malungo é uma mostra de música inédita que reúne atrações musicais de nichos e estilos variados da música popular brasileira, ressaltando a nossa matriz africana, como o samba, bumba meu boi, coco, samba de roda, afro, partido-alto, entre outros. Os shows virtuais acontecem após circulação, ocorrida em 2023, por palcos de várias unidades dos CEU’s da cidade de São Paulo – Campo Limpo, Heliópolis, Paraisópolis, Butantã e Inácio Monteiro – com o intuito de ampliar a democratização do acesso à cultura e atingir novos públicos.
O Festival Malungo 2ª Edição foi contemplado pela 6ª Edição do Edital de Apoio a Música para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. Sobre o nome, a palavra ‘malungo’ significa amigo, companheiro, camarada, aquele que não deixa o parceiro no meio do caminho. “O termo é adequado para nomear o projeto, considerando o grande time de artistas unidos para cantar e fortalecer a música que traz o som e a vibração de nossas raízes africanas”, comenta o produtor e diretor artístico Sérgio Mendonça.
Shows online: Festival Malungo – 2ª Edição
Quando: 25 a 31 de março de 2024
Horário: a partir das 21h
Onde assistir: https://www.youtube.com/pordosomcultural
Classificação: Livre. Duração/shows: 60 minutos.
Mais informações: @pordosomcultural
25/03 (segunda) – Clarianas – em Xirê
26/03 (terça) – Luana Bayô – em Abebé
2703 (quarta) – Aloysio Letra – em Instantes
28/03 (quinta) – Kennya Macedo – em Caminhos
29/03 (sexta) – Conjunto Picafumo e Convidados – em Também Sou Madeira
30/03 (sábado) – Raquel Tobias – em Recordações
31/03 (domingo) – Tião Carvalho – em Tião e Sua Gente
ARTISTAS / GRUPOS
Clarianas – em Xirê (25/03) – Clarianas é um grupo de cantadeiras urbanas que investiga a voz da mulher ancestral na música popular do Brasil. A voz é o fio condutor que revela um amplo universo sonoro genuíno brasileiro, indo dos cânticos indígenas aos aboios sertanejos, passando pelas brincantes do coco e ladainhas do catolicismo popular, além de sambas de roda, maracatus, xotes, rezas e tambores africanos. Em Quebra Quebranto, nome do álbum lançado em 2019, as Clarianas propõem a verticalização de uma linguagem que une a sonoridade da música regional com o discurso urbano pulsante nos guetos das grandes metrópoles. Suas novas canções aprofundam temas como empoderamento feminino, extermínio da população negra, herança indígena e religiosidade afro-brasileira, sempre envoltos às vozes das ‘lavadeiras’, dos tambores e das harmonias sertânicas. Formação – Cantadeiras/tocadeiras: Martinha Soares, Naloana Lima e Naruna Costa. Rabequeira: Carla Raiza. Violão, viola caipira: Giovani Di Ganza. Baixo, guitarra, violão: Sandro Lima. Percussão: Jackie Cunha. Na rede: @clarianasoficial.
Luana Bayô – em Abebé (26/03) – Luana Bayô é cantora, compositora e educadora paulistana. Dona de uma voz grave, potente e marcante, seu trabalho é fortemente marcado pela presença da música negra em diáspora. Realiza um significativo trabalho na cultura popular brasileira apresentando ritmos como vissungos, sambas, jongos e outras músicas que fizeram e fazem parte da sua trajetória. Inspirada nas simbologias de Oxum e Yemanjá, a artista apresenta seu trabalho recente, Abebé, que traz como tema central o ‘espelho’ e seus mistérios. O disco é um convite ao mergulho no feminino, à cabaça-útero ancestral, com músicas que falam das diversas águas que nos habitam e das várias facetas do ser mulher, sobretudo, uma mulher negra. Para dar vida às composições, Bayô contou com nomes como Naruna Costa, Ma Devi Murti, Karina Costa, Jacke Severina, Bruna Black, Jonathan Silva, Matheus Crippa e Mumu de Oliveira. Formação – Voz: Luana Bayô. Direção musical: Liw Ferreira. Direção artística: Luana Bayô. Violão: Helô Ferreira. Baixo: Liw Ferreira. Piano: Nichollas Maia. Bateria: Matheus Marinho. Percussão: Lucas Alakofá. Trombone: Heloísa Alvin. Na rede: @luana_bayo.
Aloysio Letra – em Instantes (27/03) – Cantor e compositor da Zona Leste de São Paulo, Aloysio Letra é cria dos saraus das periferias. Compõe canções singulares e traz interpretações sensíveis das ancestralidades afro-brasileiras e afro-indígenas numa MPB sambada e temperada. Em Instantes, Aloysio convida o público para uma jornada emocional que dialoga com a rica herança da MPB das décadas de 1980 e 2000, misturando influências das tradições negras do candomblé, do pop e da requintada instrumentação de orquestra de câmara. A apresentação é intimista e incandescente com predominância de canções autorais. São instantes de interpretações de Aloysio Letra e elenco, sobre a ancestralidade e sobre a luta negro-indígena por sobrevivência e expressão na contemporaneidade. Cantos de origem, de inspiração e de afirmação das identidades e potências da negritude por novas manhãs, formam um show passional sobre afeto, memória e luto; uma carta de amor à vida. Na rede: @aloysioletra.
Kennya Macedo – em Caminhos (28/03) – Kennya Macedo é uma cantora com mais de 30 anos de trajetória. A artista fez parte de diversos projetos singulares, entre eles a Orchestra Paulista de Soul; integrou vários corais como Coral Luther King e Coral do Estado Coral Canto Sospeso, com o qual e excursionou pela Itália. Também já dividiu o palco com importantes nomes como Graça Cunha, Maurício Pereira, Nando Reis, Skowa Santos, André Abujamra, Brasileirinhos e Sandra de Sá, entre outros. Evidenciando os batuques dos tambores, mesclados ao seu potente timbre vocal, Kennya Macedo apresenta seu EP de estreia, Caminhos, trabalho que marca sua nova fase artística. O disco pode ser considerado um ‘retrato’ da artista em sua essência, que reporta à sua ancestralidade, aprofunda-se em suas raízes e expõe no trabalho uma vasta pesquisa musical e sua influência sonora. Na rede: @kennya_macedo_10.
Conjunto Picafumo e Convidados – em Também Sou Madeira (29/03) – O Conjunto Picafumo reúne grandes nomes do samba paulista para homenagear Toinho Melodia com o show Também Sou Madeira. O grupo, que acompanhou Toinho por oito anos, gravou com o sambista seu primeiro e único disco, e agora reencontra a obra do mestre para apresentar canções inéditas e algumas das suas últimas composições. Sob liderança do compositor, cavaquinista e cantor Rodolfo Gomes, o Conjunto Picafumo reúne Chapinha da Vela, Adriana Moreira Roberta Oliveira e Raquel Tobiaspara exaltar o compositor ‘paulibucano’, que foi reconhecido como um dos grandes sambistas da cidade. Contando ainda com participação das cantoras Roberta Oliveira e Raquel Tobias, o show traz a energia vibrante do homenageado em sua essência: belas melodias, crônica urbana, crítica social e uma boa dose de malemolência. Na rede: @toinhomelodia.
Raquel Tobias – em Recordações (30/03) – Raquel Tobias é cantora e compositora de samba. Paulistana da Zona Sul, ela vem conquistado espaço de relevância e reconhecimento no cenário musical. Compõe a ala musical da Escola de Samba Estrela do Terceiro Milênio e da Escola de Samba Morro da Casa Verde, agremiações paulistanas. Além de desenvolver projetos nas comunidades periféricas da capital, Raquel está presente nas principais rodas de samba da cidade como cantora solista. No Festival Malungo, ela apresenta um repertório afetivo com músicas que ouviu na infância e que fizeram parte de sua construção enquanto cantora. Raquel elaborou um repertório que relembra os bailes que frequentava com a mãe, as festas de família, os passinhos marcados e as batucadas com balde no quintal de casa. Recordações é um show para recordar e dançar. Na rede: @raqueltobiasoficial.
Tião Carvalho – em Tião e Sua Gente (31/03) – Tião Carvalho, maranhense radicado em São Paulo, é cantor, compositor, músico, dançarino, capoeirista, brincante e educador. Atua, há mais de 40 anos, difundindo a cultura tradicional brasileira no Brasil e no mundo em apresentações musicais e ministrando workshops. Fundador e diretor do Grupo Cupuaçu e com dois discos solos lançados, Tião é um dos pioneiros na inserção do forró no circuito de lazer de São Paulo com o trabalho das bandas Mafuá e Mexe com Tudo, nos anos 1980. É detentor de grande conhecimento sobre danças, cantigas, brincadeiras populares e festividades tradicionais. O repertório dessa apresentação traz sambas, forrós, bumba meu boi e outras manifestações da cultura do maranhão e da cultura popular brasileira. Em 2004, Tião Carvalho recebeu o título de Cidadão Paulistano. Em 2017 recebeu o Prêmio da Música, pelo Governo do Estado de São Paulo, é foi reconhecido Mestre de Capoeira Angola pelo grupo Nzinga. Em 2022, ganhou o prêmio de Personalidade da Dança pelo IX Prêmio Denilton Gomes de Dança, da Cooperativa de Dança da Cidade de São Paulo. Foi um dos homenageados no Grande Encontro da Educação 2022, pela Revista Educação. Na rede: @mestretiaocarvalho.
FICHA TÉCNICA
Festival Malungo: Idealização: Estúdio 185 Apodi. Produção executiva: Sérgio Mendonça. Direção de produção: Leonardo Escobar. Produção: Jaqueline Rosa. Direção artística: Sérgio Mendonça. Curadoria: Pôr do Som. Projeto gráfico e comunicação: Patrick Karassawa. Direção audiovisual: Beto Mendonça. Direção de arte e cenografia: Nani Oliveiras. Apresentação: Martinha Soares e Naloana Lima. Gravação: Estúdio 185 Apodi. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Transporte: Isa Vans. Realização: Projeto viabilizado pelo 6ª Edição do Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.