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400 anos de como sentamos, guardamos e dormimos

Colaborando com a RAIZ

“Sentar, guardar, dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo” reúne móveis criados nos últimos quatrocentos anos com soluções criativas para três ações cotidianas, a exposição temporária do Museu do Ipiranga revela a evolução de diferentes tipos de mobiliário ao longo do tempo.

Bancos, cadeiras, sofás, caixas, cômodas, escrivaninhas, guarda-roupas, redes, esteiras e camas. Todos esses itens fazem parte do nosso dia a dia e revelam como atendemos três necessidades básicas: sentar, guardar e dormir.

Com foco nessas três ações humanas e nas soluções criativas adotadas em diferentes épocas, o Museu do Ipiranga realiza a exposição “Sentar, guardar, dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo” apresenta móveis produzidos entre os séculos 16 e 21, com as peças criadas de acordo com as demandas de cada período.

A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Paulo César Garcez Marins e Maria Aparecida de Menezes Borrego, e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira.

As 164 peças escolhidas estabelecem um diálogo entre os acervos do Museu da Casa Brasileira (MCB), com 118 móveis, e do Museu Paulista, com 46 peças, expondo a complementaridade dos acervos das duas instituições estaduais paulistas. Os itens evidenciam a diversidade cultural e social brasileiras, abordando as heranças indígena, portuguesa e afro-brasileira, além daquelas ligadas às diversas imigrações e migrações que marcaram nossa sociedade.

Para facilitar o diálogo com o público, a exposição foi organizada por tipos de móveis, permitindo uma comparação clara entre as formas de desenvolvimento do mobiliário, seja por métodos artesanais ou industriais.

A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Maria Aparecida de Menezes Borrego, e Paulo César Garcez Marins e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Também colaboraram na curadoria os assistentes Rogério Ricciluca Matiello Félix e Wilton Guerra, pela primeira vez juntos.

O MCB foi criado em 1970 para registrar e expor as diferentes formas de morar, tornando-se o único museu brasileiro especializado em design. O acervo abarca muitos itens produzidos a partir da segunda metade do século XX, abrangendo peças assinadas ou produzidas pela indústria ou por camadas populares. Já o Museu Paulista da USP, do qual faz parte o Museu do Ipiranga, é voltado ao estudo de objetos e imagens que documentam a sociedade brasileira e tem móveis em sua maioria produzidos entre o século XVII e os anos 1920.

A exposição está instalada no salão de exposições temporárias, um espaço moderno, acessível e climatizado, com 900m2, localizado no piso jardim, o novo pavimento do Museu do Ipiranga. Os ingressos para a mostra são gratuitos.

Módulos da exposição

SENTAR

Apresenta móveis populares, cadeiras e poltronas feitas por designers dos séculos 20 e 21 e conjuntos de sofás e cadeiras dos séculos 18 e 19. Um conjunto de tipologias que remetem ao uso recorrente ao longo do tempo, incluindo , cadeiras de balanço, cadeiras para criança, sofás, poltronas, poltronas de braço, canapés, bancos, mochos, cadeiras de costura e cadeiras de escritório giratórias. . Entre os destaques, figuram , peças elaboradas para o trabalho como uma cadeira de barbeiro e um raro exemplar de cadeira de dentista portátil, além de bancos e esteiras indígenas.

Canapé
Canapé Canapé de madeira entalhada Século XIX Fabricação Oficina Beranger Coleção MCB Crédito da foto: Helio Nobre

GUARDAR

São apresentados diversos tipos de móveis que foram utilizados para armazenar roupas, cartas, documentos e valores. Caixas, canastras, cofres, cômodas, armários, guarda-roupas, contadores, papeleiras e escrivaninhas revelam, por um lado, os modos de dar segurança ao que se quer preservar ou transportar e, por outro, a proteção dos testemunhos da nossa intimidade e das roupas e acessórios que usamos.

Entre os destaques, estão a cômoda papeleira com seus sistemas de segredo, guarda-roupas de Alberto Santos Dumont e cangalhas utilizadas em mulas para o transporte de cargas.

Cesto kaiapó
Cesto Kaiapó Cesto cargueiro Kayapó Brasil – região central Alguns povos do século XIX que faziam fronteira entre os atuais estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, assim como os kaiapó, desenvolveram técnicas artesanais para confecção de cestarias, como por exemplo os Puris da Serra da Mantiqueira, embora sendo de etnias diferentes. Coleção MCB Crédito da foto: Helio Nobre

DORMIR

São exibidos móveis que evidenciam diversas formas de deitar e descansar praticadas no Brasil ao longo de séculos. Da rede de origem indígena às camas de casal ou de solteiro, estes móveis foram utilizados tanto em espaços compartilhados, como em ambientes cada vez mais íntimos ou individuais.

Pelos vários materiais usados em sua confecção – como fibras naturais, madeiras, couro, metais para encaixes e molas, plásticos e tecidos – pode-se trilhar o caminho entre fatura artesanal, muitas vezes feitas por indígenas e negros, e a linha de produção em série, como é o caso das Camas Patente.

Muitas camas foram ofertadas às coleções dos museus por terem pertencido a membros das elites, como a família imperial, nobres que receberam seus títulos dos imperadores, como a Marquesa de Santos; ou de personalidades da política no regime republicano.

O módulo também apresenta um conjunto de móveis que pertenceu ao quarto de dona Violeta Jafet, doado em 2017 ao Museu Paulista. Ele é composto por cama, mesas de cabeceiras, penteadeira, sapateira, banqueta, cadeiras e mesa circular e um divã estofado. Dormir, sentar e guardar estavam, assim, reunidos em um mesmo ambiente de elite, por meio dos móveis feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios, que foi o mais famoso fabricante de móveis da cidade de São Paulo.

Rede
Rede Sorocaba, c. 1900 Compra Museu da Casa Brasileira Em algodão fiado, esta peça do artesanato sorocabano com dois punhos de cada lado, possibilita várias montagens. Além da posição tradicional, suspendendo-se uma lateral mais alta que a outra, a rede forma uma espécie de poltrona, como representado em uma iconografia do desenhista e fotógrafo do século XIX, Hercules Florence. Coleção MCB Crédito da foto: Helio Nobre

SERVIÇO

Exposição temporária “Sentar, guardar, dormir:
Museu da Casa Brasileira e do Museu Paulista em diálogo”
Abertura: 11/6 (terça), às 10h
Encerramento: 29/9
Sala de exposições temporárias, ala oeste do piso Jardim
Entrada gratuita

Acesso ao edifício Monumento

O acesso ao edifício monumento, no qual estão abertas as exposições de longa-duração, se dá por meio de ingressos vendidos por agendamento em nosso site ou diretamente na bilheteria. Mais informações: Link

Museu do Ipiranga
Endereço: Rua dos Patriotas, 100
Funcionamento: Terça a domingo (incluindo feriados), das 10h às 17h (última entrada às 16h)
Bilheteria a partir das 9h
Ingressos para as exposições de longa-duração: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
Gratuidades: Quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos. Confira mais informações: Link

Como chegar:

Transporte público: De metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).

Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).

Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°. Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.

Para quem usa bicicleta, há paraciclos próximos aos portões da R. Xavier de Almeida e R. dos Patriotas.

Museu do Ipiranga – USP

O Museu do Ipiranga é sede do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, e seguiu em atividade com eventos, cursos, palestras e oficinas em diversos espaços da cidade. As obras de restauro, ampliação e modernização do Museu são financiadas via Lei Federal de Incentivo à Cultura. A gestão do Projeto Novo Museu do Ipiranga é feita de forma compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do Museu Paulista e pela Fundação de Apoio à USP (FUSP).

O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.

As obras do Novo Museu do Ipiranga foram financiadas via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Colaborando com a RAIZ